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Apesar de temores, Copa do Mundo da Rússia chega à metade sem denúncias de racismo

Por Elena Gyldenkerne e Gabrielle Tétrault-Farber

SAMARA, Rússia (Reuters) – O temor do cientista da computação senegalês Alioune Ndiaye de ser vítima de ofensas racistas na Copa do Mundo da Rússia não se materializou, nem os receios de outros torcedores estrangeiros.

Transcorrida metade do torneio de um mês de duração, não houve registro de incidentes racistas entre jogadores e torcedores, apesar dos temores surgidos antes da Copa do Mundo de que o evento pudesse ser ofuscado pelo racismo.

Grupos internacionais de direitos humanos que acionaram o alarme devido a uma série de incidentes racistas em partidas de futebol nos meses que antecederam o Mundial disseram que, até o momento, a experiência da Copa do Mundo da Rússia foi positiva no geral.

“O que encontrei na Rússia é muito diferente do que me disseram antes de vir para cá”, disse Alioune diante do estádio da cidade de Samara, onde sua seleção perdeu de 1 x 0 para a Colômbia na quinta-feira.

“Quando eu disse às pessoas ‘estou indo para a Rússia’… elas me disseram ‘ah não, tenha cuidado’ e coisas assim. Mas as pessoas na Rússia são muito acolhedoras, muito gentis e não vejo nada parecido com racismo aqui”.

A Rússia prometeu sediar uma Copa do Mundo segura em 11 cidades, inclusive para as minorias, mas episódios de racismo em jogos entre times da primeira divisão do futebol russo e em um amistoso internacional no início deste ano provocaram o temor de que jogadores e torcedores fossem alvo de ofensas.

Torcedores do CSKA Moscou lançaram ofensas racistas contra jogadores negros do Arsenal várias vezes durante uma partida da Liga Europa em abril em Moscou, e a Fifa multou a Rússia um mês antes da Copa do Mundo devido às ofensas racistas contra jogadores franceses no amistoso de março.

Mas no Mundial torcedores e grupos de direitos humanos disseram que o clima é outro.

“Estamos todos juntos com eles”, disse a torcedora senegalesa Bigue Thombane sobre os torcedores russos enquanto batia em um tambor do lado de fora do estádio de Samara. “Não há nada. Nenhum racismo. De verdade”.

Piara Powar, chefe da rede Fare, organização que monitora a discriminação no futebol europeu, disse não ter registrado sequer um incidente significativo envolvendo hooligans russos de extrema-direita ou incidentes racistas envolvendo torcedores russos.

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