Um boletim de ocorrência foi registrado pela Via Mobilidade depois de encontrar um “objeto estranho ao sistema” nos trilhos
A concessionária Via Mobilidade, operadora a Linha 9 – Esmeralda do trem em São Paulo, registrou um boletim de ocorrência após encontrar um “objeto estranho ao sistema” nos trilhos. A operação foi afetada na tarde desta terça-feira (3) por causa de uma falha elétrica. Funcionários da empresa encontraram um objeto metálico e pedras grandes nos trilhos. A polícia vai investigar se houve crime doloso de perigo de desastre ferroviário. Um caminho é analisar as imagens das câmeras da linha e da Marginal Pinheiros naqueles trechos.
O Ministério Público (MP) foi acionado e deve solicitar informações da ocorrência à Via Mobilidade e ao estado para saber se houve falha da concessionária ou sabotagem. “Esse material que foi encontrado não faz parte do nosso sistema. Não temos esse tipo de cabo, mas não consigo afirmar que foi a causa. Precisa ser investigado”, afirmou o presidente da divisão de mobilidade da CCR, Márcio Hannas.
Durante toda a terça-feira, a Linha 9 – Esmeralda causou transtornos para os usuários. Já as linhas operadas pelo Metrô e pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) operaram normalmente após o fim da greve de ontem.
Por causa da falta de trens, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava 178 quilômetros de engarrafamentos na zona oeste da capital paulista por volta das 9h.
Nesta quarta só foi possível trafegar da estação Morumbi para a estação Cidade Universitária. O sentido contrário estava em manutenção do sistema elétrico pela manhã. Segundo assessoria de imprensa da Via Mobilidade, foram acionados 70 ônibus do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) para atender os passageiros. A concessionária destacou, em nota, que o “trabalho de manutenção envolve cinco frentes de trabalho formadas por cerca de 70 colaboradores, que priorizam a solução do problema para que a linha possa operar normalmente o quanto antes”.
Pane
A falha começou na tarde dessa terça-feira (3), com uma pane elétrica por volta das 14h, deixando a volta do paulistano para casa ainda mais difícil, já que nove linhas do Metrô e da CPTM estavam em greve. Quem estava nos vagões da Linha 9, durante a falha, precisou caminhar pelos trilhos.
A falha ocorreu depois de o governador Tarcísio de Freitas criticar a greve e exaltar as privatizações. “O que está disponível para o cidadão? Linha 4, que está com a iniciativa privatizada, a Linha 5, a Linha 8, a Linha, que está com a iniciativa privada. O protesto é contra a privatização”, ironizou.
Desde que a Linha 9 passou a ser administrada pela Via Mobilidade, em janeiro de 2022, foram registradas, em média, três vezes mais problemas naquela operação do que quando estava sob conrole estatal da CPTM. Em agosto, a concessionária assinou um termo de ajustamento de conduta em que deve pagar R$ 150 milhões em indenização por danos materiais e morais coletivos por falhas nas Linhas 9 – Esmeralda, e 8 – Diamante. A Linha 9 corre pelas zonas sul e oeste da cidade, enquanto a Linha 8 conecta o centro com a área oeste da Grande São Paulo.
Por terem descumprido decisão judicial para manter 100% da operação em horário de pico e 80% nos demais horários, os sindicatos dos metroviários e ferroviários devem pagar uma multa de R$ 500 mil cada por não terem cumprindo a determinação judicial.
350 km de engarrafamentos e trânsito lento nas zonas Leste e oeste às 9h
O que MONEY REPORT publicou
