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Uma onda de solidariedade toma conta do país

Ontem, a coluna diária de MONEY REPORT foi dedicada a uma consequência negativa da catástrofe climática que se abateu sobre o Sul do país – manifestações explícitas de crueldade que surgiram da polarização ideológica que temos por aqui. O lado ruim deste acontecimento lamentável, infelizmente, vai além deste fenômeno. Os municípios gaúchos enfrentam também a ação dos piratas que atacam voluntários e os assaltam, levando mantimentos e equipamentos usados para ajudar os desabrigados, como pequenos barcos e jet-skis. Mas há, dentro das trevas, raios de luz que renovam a nossa esperança no ser humano. A corrente de solidariedade que se enxerga após a cheia, diga-se, é de se tirar o chapéu.

Muitos se envolveram pessoalmente, seja em doações ou colocando seus recursos corporativos à disposição de uma população que precisa de ajuda. Casos como o de Luciano Luft, um dos maiores operadores logísticos do país, chamam a atenção. Luft, desde ontem, está entregando 550 toneladas de alimentos, kits de higiene e água mineral para as vítimas. Outro Luciano, o Hang, uma figura controversa e criticada pelas esquerdas, também foi um exemplo a ser seguido: colocou sua frota de helicópteros para trabalhar no suporte às vítimas.

Bancos como o Itaú, Bradesco, Santander, BTG Pactual, Banco do Brasil e Caixa doaram, até agora, R$ 6 milhões para auxiliar no socorro aos moradores das regiões afetadas. Laboratórios como EMS e União Química enviaram milhares de medicamentos ao Rio Grande do Sul. A M. Dias Branco, que fabrica biscoitos e massas, já distribuiu 21 milhões de toneladas de alimentos.

Mas essa ação solidária não se restringe às pessoas jurídicas. Um contingente enorme e anônimo de indivíduos está mobilizado para recolher donativos ou doações em dinheiro – e isso inclui até quem, em tese, precisa de auxílio. É o caso da Central Única de Favelas, a CUFA, que está totalmente engajada para arrecadar recursos financeiros, roupas, itens de cama, mesa e banho, além de produtos de limpeza.

Os agentes públicos também estão nessa luta, como os Correios. A estatal está recolhendo donativos e os encaminhando gratuitamente aos municípios inundados. Governadores como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Romeu Zema também colocaram recursos humanos e equipamentos para ajudar o estado comandado por Eduardo Leite.

Além disso, existe a ação sempre bem-vinda daqueles que são profissionais da solidariedade. Um grande exemplo é dos Amigos do Bem, uma iniciativa criada pela empresária Alcione Albanesi há trinta anos, com o propósito de trazer dignidade e cidadania para os rincões do sertão nordestino. Apesar dessa missão inicial, Alcione sempre se envolve quando há tragédias climáticas fora de seu escopo de atuação. Das 550 toneladas que são manipuladas pela Luft, cerca de 200 vieram dos Amigos do Bem.

É preciso citar também o Movimento União BR, capitaneado por Tatiana Monteiro de Barros, uma das poucas no Brasil com expertise em ajudar populações que são vítimas de catástrofes. Tatiana rapidamente conseguiu mobilizar R$ 14 milhões em contribuições vindas de empresas e entidades como Instituto Helda Gerdau, Febraban, Petrobras, Vibra, Itaú Unibanco, Banco Safra, N. Ideias, Shell Brasil, Instituto Stone, Zurich/Zurich Santander, Latam, Fedex, XP, Raízen, Fundação Alves de Queiroz, Ultragaz, Agência Multicase, Servier, Grupo Boticário, LetzGo, Ypê, Seguradora HDI, Liberty Seguros, Esportes da Sorte, Instituto Far Hinode, Instituto Lojas Renner, Alba Seguradora, Movimento Bem Maior, Fundação Maria Emilia, Brazil Foundation, Vitamedic, VNP Advogados, Grupo Trigo, Fundação Gerações e Instituto Carisma.

Há alguns meses, Tatiana foi uma de minhas convidadas no programa MONEY REPORT TV, que vai ao ar pela BM&C News. Eu perguntei a ela se nós tínhamos sido mais solidários na pandemia do que estávamos sendo naquele momento. Ele disse que sim, mas ressalvou que as empresas, no entanto, tinham se aprimorado neste quesito. Além disso, ela ressaltou que as pessoas se acostumaram à normalidade, mas que isso poderia mudar se houvesse algum tipo de comoção.

Foi o que houve com as inundações no Sul. Mas, dentro de pouco tempo, haverá outro grande desafio, que vai precisar da colaboração de todos os brasileiros: a reconstrução desses 336 municípios gaúchos. Não será fácil, mas durará menos tempo se todos ajudarmos. Lembrem-se: todo esse processo não é uma corrida de cem metros rasos. É, ao contrário, uma maratona com obstáculos. Por isso, não vamos nos dispersar.

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Comentários

Uma resposta

  1. Sem sombra de dúvida, Aluízio, é comovente a união solidária que se formou neste país. Este é o lado “bom” do brasileiro. Que, se fosse mais “inteligentemente estimulado”, seria de um poder imbatível. O brasileiro GOSTA de ajudar. E isso não tem igual. Imagina se isso fosse realmente aplicado no nosso dia a dia. Certamente já estaríamos em outro patamar. Mas, aí, vem à minha mente a célebre canção de Dona Ivone Lara: “sonho meu, sonho meu…”

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