Um levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostra algo surpreendente: há uma quantidade razoável de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que é simpática ao governador Tarcísio de Freitas. Segundo o estudo, 22% dos eleitores de Lula em 2022 “gostam ou gostam muito” de Tarcísio. Isso não quer dizer que o presidente vá perder quase um quarto de seus votos para o governador (se é que ele será candidato) em 2026. Mas esse dado revela que os eleitores independentes (ou de centro) podem votar com a oposição no ano que vem, o que traz ânimo para a candidatura do governador paulista.
Outro detalhe da mesma pesquisa chama a atenção: um quarto dos eleitores de Jair Bolsonaro em 2022 diz não gostar ou gostar pouco de Tarcísio (42% destes entrevistados declaram simpatia pelo governador e 21% manifestam neutralidade). Provavelmente estes bolsonaristas que rejeitam Tarcísio ainda apostam em uma hipótese praticamente impossível – a de Bolsonaro concorrer em 2026. Enquanto o ex-presidente não desistir publicamente de sua candidatura (que não será permitida pela Justiça Eleitoral), esses eleitores provavelmente irão torcer o nariz para qualquer candidato de direita que não seja Bolsonaro.
Essa aparente rejeição significa que o grupo bolsonarista mais extremado não votaria em Tarcísio em um eventual segundo turno? Dificilmente. Para derrotar Lula, esses eleitores fariam qualquer negócio.
A pesquisa mostra que Tarcísio precisa dar atenção especial ao público feminino – tanto ele como Bolsonaro têm maior apoio entre os homens. Lembremos que, em 2022, uma das razões para a derrota do ex-presidente foi justamente sua falta de conexão com as mulheres, que somaram cerca de 82 milhões de eleitoras em 2024, o que equivale a 52,47% do total.
Em 2022, Lula obteve cerca de 8 milhões de votos femininos a mais que Bolsonaro – e ganhou por uma margem de 2,1 milhões de sufrágios. Portanto, pode-se dizer que sua vantagem no eleitorado feminino foi um dos fatores decisivos para sua vitória nas últimas eleições. É por esta razão que Tarcísio precisa encontrar uma forma de se conectar com as eleitoras brasileiras se concorrer mesmo no ano que vem.
Diante desses dados, é preciso especular sobre o nome que poderia ocupar a vice-presidência na chapa de Tarcísio. Hoje, o grande dilema é: escolher um dos atuais governadores de oposição, alguém com o sobrenome Bolsonaro ou um político que poderia arrebatar votos da esquerda e do Nordeste (como o ex-governador Ciro Gomes)? Como se pode ver neste estudo, o sobrenome do ex-presidente tem prós e contras. Mas traz uma desvantagem enorme, a de atiçar fogo na polarização que assola a política brasileira.
Tarcísio, assim, está diante de um cenário complexo, mas também cheio de oportunidades. A pesquisa indica que há espaço para conquistar parte do eleitorado lulista e, ao mesmo tempo, consolidar a base bolsonarista, ainda que com algumas resistências. Esse equilíbrio é delicado e exigirá do governador paulista uma estratégia capaz de unir diferentes perfis de eleitores sem perder credibilidade junto aos segmentos mais fiéis da direita.
O desafio maior, no entanto, está em dialogar com as mulheres, que representam a maioria do eleitorado e foram decisivas para a vitória de Lula em 2022. Se Tarcísio conseguir construir uma narrativa que se conecte com as demandas femininas e apresentar propostas que respondam às suas preocupações, poderá reduzir a vantagem que o presidente obteve nesse segmento. Sua viabilidade eleitoral, desse modo, dependerá não apenas da adesão dos independentes, mas principalmente da capacidade de conquistar a confiança das eleitoras brasileiras.






Respostas de 2
Gosto muito de Tarcisio porém ele não tem chance devido o marketing de Eduardo. Em abril, mes de definição os candidatos de centro direita estarrão em torno de 15%. Eduardo BOLSONARO, tarcisio e Pablo, somando 45% porém divididos. LULA com 35%. Neste cenário TARCISIO ficará em São Paulo com o apoio de Jair Bolsonaro e Pablo Marcal ganhando no primeiro turno
O cenário mudará totalmente com o retorno de PABLO MARCAL e a determinação da família Bolsonaro na figuras de Eduardo Bolsonaro. Jair não vai brigar com a familia [ ele fragilizado] para defender Tarcisio faltando tanto termpo para convencoes..