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Pesquisa mostra os caminhos que Tarcísio pode explorar em 2026

Aluizio Falcão Filho
17 de novembro de 2025

Um levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostra algo surpreendente: há uma quantidade razoável de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que é simpática ao governador Tarcísio de Freitas. Segundo o estudo, 22% dos eleitores de Lula em 2022 “gostam ou gostam muito” de Tarcísio. Isso não quer dizer que o presidente vá perder quase um quarto de seus votos para o governador (se é que ele será candidato) em 2026. Mas esse dado revela que os eleitores independentes (ou de centro) podem votar com a oposição no ano que vem, o que traz ânimo para a candidatura do governador paulista.

Outro detalhe da mesma pesquisa chama a atenção: um quarto dos eleitores de Jair Bolsonaro em 2022 diz não gostar ou gostar pouco de Tarcísio (42% destes entrevistados declaram simpatia pelo governador e 21% manifestam neutralidade). Provavelmente estes bolsonaristas que rejeitam Tarcísio ainda apostam em uma hipótese praticamente impossível – a de Bolsonaro concorrer em 2026. Enquanto o ex-presidente não desistir publicamente de sua candidatura (que não será permitida pela Justiça Eleitoral), esses eleitores provavelmente irão torcer o nariz para qualquer candidato de direita que não seja Bolsonaro.

Essa aparente rejeição significa que o grupo bolsonarista mais extremado não votaria em Tarcísio em um eventual segundo turno? Dificilmente. Para derrotar Lula, esses eleitores fariam qualquer negócio.

A pesquisa mostra que Tarcísio precisa dar atenção especial ao público feminino – tanto ele como Bolsonaro têm maior apoio entre os homens. Lembremos que, em 2022, uma das razões para a derrota do ex-presidente foi justamente sua falta de conexão com as mulheres, que somaram cerca de 82 milhões de eleitoras em 2024, o que equivale a 52,47% do total.

Em 2022, Lula obteve cerca de 8 milhões de votos femininos a mais que Bolsonaro – e ganhou por uma margem de 2,1 milhões de sufrágios. Portanto, pode-se dizer que sua vantagem no eleitorado feminino foi um dos fatores decisivos para sua vitória nas últimas eleições. É por esta razão que Tarcísio precisa encontrar uma forma de se conectar com as eleitoras brasileiras se concorrer mesmo no ano que vem.

Diante desses dados, é preciso especular sobre o nome que poderia ocupar a vice-presidência na chapa de Tarcísio. Hoje, o grande dilema é: escolher um dos atuais governadores de oposição, alguém com o sobrenome Bolsonaro ou um político que poderia arrebatar votos da esquerda e do Nordeste (como o ex-governador Ciro Gomes)? Como se pode ver neste estudo, o sobrenome do ex-presidente tem prós e contras. Mas traz uma desvantagem enorme, a de atiçar fogo na polarização que assola a política brasileira.

Tarcísio, assim, está diante de um cenário complexo, mas também cheio de oportunidades. A pesquisa indica que há espaço para conquistar parte do eleitorado lulista e, ao mesmo tempo, consolidar a base bolsonarista, ainda que com algumas resistências. Esse equilíbrio é delicado e exigirá do governador paulista uma estratégia capaz de unir diferentes perfis de eleitores sem perder credibilidade junto aos segmentos mais fiéis da direita.

O desafio maior, no entanto, está em dialogar com as mulheres, que representam a maioria do eleitorado e foram decisivas para a vitória de Lula em 2022. Se Tarcísio conseguir construir uma narrativa que se conecte com as demandas femininas e apresentar propostas que respondam às suas preocupações, poderá reduzir a vantagem que o presidente obteve nesse segmento. Sua viabilidade eleitoral, desse modo, dependerá não apenas da adesão dos independentes, mas principalmente da capacidade de conquistar a confiança das eleitoras brasileiras.

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Comentários

Respostas de 2

  1. Gosto muito de Tarcisio porém ele não tem chance devido o marketing de Eduardo. Em abril, mes de definição os candidatos de centro direita estarrão em torno de 15%. Eduardo BOLSONARO, tarcisio e Pablo, somando 45% porém divididos. LULA com 35%. Neste cenário TARCISIO ficará em São Paulo com o apoio de Jair Bolsonaro e Pablo Marcal ganhando no primeiro turno

  2. O cenário mudará totalmente com o retorno de PABLO MARCAL e a determinação da família Bolsonaro na figuras de Eduardo Bolsonaro. Jair não vai brigar com a familia [ ele fragilizado] para defender Tarcisio faltando tanto termpo para convencoes..

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