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Diário do emagrecimento – volume dois

E continua a minha saga em busca de uma silhueta mais esguia.

Sofri um revés na semana passada. Comecei a sentir uma dor no tornozelo da perna operada. Diagnóstico: uma tendinite na tíbia, que me faz pisar errado e sobrecarregar a região anterior do pé. Diante disso, tenho que desistir, por um tempo, das minhas caminhadas e da esteira superpoderosa do meu guru do emagrecimento Rafael Protein (aquela que permite um gasto calórico superior a 1.000 calorias em uma simples caminhada de 30 minutos).

Essa pausa se dá em momento crucial. Já passei por outras dietas no passado: os primeiros 30 dias são muito estimulantea, pois se perde bastante peso de uma vez só. Mas, a partir do segundo mês, o ritmo de emagrecimento é menor. E é aí que a sua força de vontade é testada. Pode-se ficar no mesmo peso por uma semana, até mais. É nessa hora que muitos desistem, pois não enxergam a recompensa de todo o esforço empreendido.

Emagrecer, porém, é como empreender. É preciso foco e resiliência – especialmente quando se tem uma vida social agitada. Em cada almoço e jantar com os amigos haverá tentações na forma de pães, risotos, massas e vinhos. E seus amigos vão insistir para que você escorregue, mas não é porque eles querem o seu mal. Ontem mesmo, um amigo me ofereceu um pastel de queijo maravilhoso, que recusei com dor no coração.

Sempre associamos momentos de reunião a refeições. A indulgência, em nossa cultura latina, geralmente está ligada à alimentação. Momentos bacanas são sempre acompanhados de ocasiões nas quais a comida tem um papel importante: churrascos, almoços de fim de semana ou as pizzas de domingo. É difícil imaginar uma festa sem salgadinhos e bebidas alcoólicas. Não é à toa que fica difícil segurar a onda.

Não que a coisa fique melhor em casa. Nessas horas, é melhor ocupar a cabeça e evitar as tentações – e cada um conhece o seu terreno. Maratona de séries na Netflix? Para mim, é uma oportunidade para comer pipoca, abrir um pacote de Doritos ou detonar uma caixinha de Bis em questão de dois minutos. Por isso, tenho dedicado mais tempo ao Kindle; não associo a leitura à comida, ao contrário do que acontece com a televisão.

Este é um momento delicado da minha dieta também porque começo a sentir falta dos carboidratos. Ou melhor, do consumo de carboidratos em quantidade industrial. Tenho falado com muita gente que está preocupada em perder peso, como eu. A maioria que consegue faz uso do Ozempic – aquela substância criada para combater a diabetes que reduz o apetite. Uma picada de agulha por semana e o indivíduo sente um enjoo tão forte que abafa a vontade de comer. Confesso que tentei esse artifício um ano e meio atrás. Mas, como tenho refluxo gástrico, não consegui ficar muito tempo usando esse remédio.

O fato é que eu sinto falta de consumir muito carboidrato. Não sou exatamente um fã inveterado de massas. Até gosto, mas passo muito bem sem um espaguete ou uma lasanha. Minha fissura é outra. Sou muito ligado em pães e em arroz, que para mim são a mais perfeita tradução de “comfort food”.

Adoro um pão francês (mais para torradinho) quentinho, daqueles que acabaram de sair estalando do forno da padaria. Amo um pãozinho com manteiga (minha favorita é a La Sereníssima, com sal). Também sou alucinado por um queijo quente de padaria – ou um misto quente. Ou um americano. Bem, qualquer sanduíche — quente ou frio — está valendo.

Mas sinto falta mesmo do arroz – um verdadeiro curinga do mundo gastronômico. Adoro sushi. Um arroz frito chinês. Qualquer tipo de risoto. Arroz com feijão. Paella. Arroz de pato. Galinhada. Jambalaia. E o que eu gosto mais na feijoada? Misturar o feijão preto com o rei dos carboidratos. Infelizmente, essas delícias terão espaço reduzido em meu cardápio até maio – até porque só poderei retomar a atividade física quando a tendinite for curada.

Nos últimos dias, as pessoas vem comentando que eu perdi peso — no sábado, por sinal uma amiga fez essa observação. Mas ocorre um fenômeno interessante comigo. Até janeiro, eu me olhava no espelho e via que estava muitos quilos acima do ideal, mas não me importava. Agora, que perdi mais de meia arroba e estou mais fino, me acho enorme. Trata-se de alguma peça que a mente está me pregando. Antes, quando não estava preocupado com a saúde, eu não me via tão obeso. Agora, que perdi uma quantidade razoável de quilos, me considero gigantesco.

Talvez seja uma forma de meu inconsciente me deixar atento ao desafio que tenho pela frente. Afinal, se me contentar com aquilo que já eliminei, posso relaxar e botar tudo a perder. Por isso, vamos em frente. Ainda tenho um caminho longo pela frente para entrar no smoking que pretendo usar no início de maio.

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