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#pelofimdabaixaria

A defesa do Estado de Direito passa necessariamente por um ambiente de respeito e equilíbrio entre as pessoas. Diferenças ideológicas não devem justificar o assassinato de reputações – algo que teve início com os exageros cometidos por Deltan Dallagnol durante a operação Lava-Jato, ganhou musculatura na campanha eleitoral e hoje chega a um nível de octanagem jamais visto antes no país.

Nesta semana, a tampa da panela de pressão explodiu com o depoimento de Hans Nascimento (foto) durante a CPI das Fake News. Nascimento, que foi personagem de uma reportagem da Folha de S. Paulo sobre o envio de mensagens pelas redes sociais durante o processo eleitoral, acusou a jornalista Patrícia Campos Mello de se insinuar sexualmente a ele em troca de informações.

Ponto por ponto, o depoimento de Nascimento foi desmontado pela Folha, incluindo capturas de tela que mostram o acusador se insinuando para a acusada e não o contrário.

A baixaria, por si só, já seria inadmissível. Mas foi reverberada pelo filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, que disse não duvidar que a repórter pudesse ter agido da forma como Nascimento havia narrado durante o depoimento.

Folha e Governo andam às turras desde que Jair Bolsonaro era candidato à Presidência. A reportagem de Patrícia, embora mirasse apenas no PSL – e praticamente todos os partidos dispararam mensagens eleitorais via mídia digital –, apresentou dados concretos. Em vez de se ater ao conteúdo da matéria, os bolsonaristas resolveram atacar a pessoa física, a autora da reportagem.

O depoimento de Nascimento caiu feito uma luva ao gosto dessa claque digital. E um festival de posts deploráveis inundou grupos de WhatsApp e outros meios eletrônicos, ofendendo uma profissional de imprensa com impropérios. Um deles, inclusive, dizia que “a prostituição é comum no jornalismo”. Em 35 anos de profissão, posso atestar que nunca presenciei um caso de troca de sexo por informações. Ou seja: trata-se de um delírio sem precedentes na crônica política do Brasil.

Se estamos assistindo a um atentado constante à reputação das pessoas há anos, vindo da direita e da esquerda, chegamos agora ao limite. Se acharmos que uma insinuação dessas é normal, o portão do inferno será aberto – e barbaridades como a de ontem serão brincadeiras de criança num futuro próximo.

É hora de acabar com a propagação de mensagens abjetas. Chega de ceder à tentação de falar mal primeiro e pensar depois. Quantas reputações ainda terão de parar na lata do lixo antes que a sociedade se endireite? Vamos baixar a bola. O ódio não leva a lugar nenhum. O Brasil precisa de entendimento para superar seus problemas. Não de mais conflitos.

#pelofimdabaixaria

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