Segundo o órgão, a fusão pode gerar ganhos de escala e sinergias operacionais que tendem a beneficiar o consumidor
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta segunda-feira, 2, sem restrições, a fusão entre duas das maiores redes de varejo pet do país: Petz e Cobasi. A operação foi analisada em profundidade pela Superintendência-Geral do órgão, que concluiu que a concentração não deve gerar prejuízos à concorrência.
A nova companhia será formada a partir da incorporação da Petz pela Cobasi, com os acionistas da Petz ficando com 52,6% da empresa combinada, enquanto os da Cobasi deterão os 47,4% restantes. A Petz passará a ser uma subsidiária integral da Cobasi.
A expectativa é que terceiros interessados, como a Petlove, terceira maior do setor, entrem com recurso para levar a transação ao Tribunal do órgão antitruste.
O que está em jogo
A operação envolve sobreposição de atividades em diversos segmentos do mercado pet, incluindo:
- Comércio varejista físico e online de produtos para animais de estimação;
- Serviços veterinários;
- Serviços estéticos (banho e tosa);
- Comércio de animais vivos;
- Venda de plantas e flores;
- Integração vertical com a fabricação e distribuição de produtos como tapetes higiênicos, fraldas e acessórios.
Apesar da elevada participação de mercado das empresas em alguns segmentos — com destaque para o varejo online, onde juntas detêm entre 40% e 50% do mercado — o Cade entendeu que há rivalidade suficiente para impedir o exercício de poder de mercado.
O que MR publicou
- Cade deve aprovar fusão entre Petz e Cobasi nesta semana
- Petz e Cobasi formalizam fusão e criam gigante do varejo pet
- Ações da Petz disparam 20% após anúncio de fusão com Cobasi
- Cobasi e Petz anunciam fusão de R$ 7 bilhões e quase 500 lojas
Rivalidade e entrada de novos players
O parecer destaca que o setor pet no Brasil é altamente pulverizado, com mais de 250 mil pet shops de pequeno e médio porte. Além disso, marketplaces como Mercado Livre, Amazon, Magalu e Shopee também exercem pressão competitiva relevante, especialmente no canal digital.
A análise do Cade também apontou que as barreiras à entrada são baixas, tanto no varejo físico quanto no online, e que há
Eficiência e benefícios ao consumidor
Segundo o Cade, a fusão pode gerar ganhos de escala e sinergias operacionais que tendem a beneficiar o consumidor, com preços mais competitivos e maior diversidade de produtos e serviços. A atuação omnichannel das empresas — com integração entre lojas físicas, e-commerce e aplicativos — também foi vista como um diferencial competitivo relevante.
O mercado pet brasileiro movimentou mais de R$ 60 bilhões em 2024, segundo dados da Abinpet.
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Por Luiz Anversa
Publicado originalmente em: https://encurtador.com.br/fFWr4