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Cadê o garçom?

Apesar de salário médio recorde, bares e restaurantes seguem com dificuldade em preencher vagas

Dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) divulgados em março deste ano, indicaram que o salário no setor de alimentação fora do lar atingiu sua maior média salarial da história, chegando a R$ 2.222. No entanto, quem empreende em bares e restaurantes tem enfrentado obstáculos para preencher as vagas disponíveis: um levantamento da Abrasel, realizado em março, indicou que 90% dos empresários consideram “difícil” ou “muito difícil” contratar novos funcionários. A margem de erro é de 2% e o intervalo de confiança é de 95%.

Ainda segundo a pesquisa, os principais entraves na hora de encontrar mão de obra são a dificuldade de encontrar profissionais bem qualificados (64%) e a falta de interessados nas vagas (61%). Outros motivos também contribuem para o desafio de contratação: horários pouco atrativos para os cargos oferecidos (33%), alta demanda pelos profissionais (23%) e migração da mão de obra para outras áreas (21%).

Além disso, 20% dos empresários afirmam que os salários desejados estão acima das possibilidades de pagamento dos estabelecimentos. Cargos especializados — como sushiman e churrasqueiro, por exemplo — são os mais difíceis de preencher, com 88% dos empreendedores considerando a dificuldade de contratar como “alta” ou “muito alta”, seguidos dos cargos de cozinheiro-chefe (81%) e gerente (78%).  

Apesar do cenário desafiador, há expectativa de movimentação no mercado de trabalho no segundo trimestre deste ano. Segundo a pesquisa, 26% dos empresários pretendem contratar, enquanto 61% devem manter o quadro atual e 13% projetam demissões. Entre os que planejam contratar, 46% afirmam que o objetivo é reforçar a mão de obra para atender demandas administrativas ou reorganizar a empresa; outros 34% pretendem renovar a equipe e 32% miram o lançamento de novos produtos, serviços ou unidades físicas.  

Treinamento em casa

O setor de alimentação fora do lar é tradicionalmente conhecido como porta de entrada para o mercado de trabalho. A pesquisa da Abrasel indicou que 92% dos empresários do setor contratam pessoas em busca do primeiro emprego ou que não têm experiência na área. E conservar os funcionários já treinados também é um desafio. As estratégias para atrair e reter mão de obra são diversas: 51% oferecem premiação por desempenho; 40% oferecem cursos e treinamentos; 39% oferecem benefícios (como plano de saúde, bolsas de estudo, vouchers); 36% optam por aumentar os salários; 26% flexibilizam os horários de trabalho e 22% oferecem serviço de transporte noturno após o expediente.  

“O setor gera muitas oportunidades de emprego, mas ainda enfrenta grande dificuldade para preencher essas vagas, especialmente as que exigem qualificação técnica. Isso mostra a urgência de investir em formação profissional que aproxime o trabalhador das reais necessidades do mercado. Além disso, o aumento gradativo da média salarial no setor, além do oferecimento de capacitações e benefícios, reforça o interesse dos empreendedores em investirem em uma mão de obra mais produtiva”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.  

Além da qualificação de mão de obra, outro ponto que Solmucci destaca é a importância da implementação de medidas que retenham os funcionários, considerando que este já é um setor que, naturalmente, tem alta rotatividade.  

“Para que a produtividade do negócio não sofra grande impacto com a alternância de colaboradores, investir em tecnologias como automação e Inteligência Artificial pode ser uma estratégia para não comprometer a qualidade do serviço”, diz Solmucci. “Esses recursos têm contribuído para que os negócios ampliem suas atividades, com um padrão e a agilidade no atendimento, por exemplo”, completa.   

Preocupações jurídicas  

A pesquisa ainda abordou os empresários sobre quais questões trabalhistas mais preocupam os empreendedores. A maioria (56%) teme problemas relacionados ao trabalho de profissionais extras e eventuais; em seguida vêm a escala de trabalhos aos domingos para as mulheres (35%); horas extras (26%); risco de ações por dano moral (19%); pagamento de gorjetas (17%); trabalho terceirizado (16%); insalubridade (14%) e estabilidade para gestantes (11%).

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