Declaração foi feita em evento inaugural do canal de economia da CNN
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou nesta quarta-feira (23) a possibilidade de o Brasil enfrentar uma recessão em decorrência da crescente tensão comercial entre China e Estados Unidos. A declaração foi feita durante o “CNN Talks – Especial CNN Money: Pulso Econômico | As Novas Regras do Jogo”, evento inaugural do canal de economia da CNN.
Ao abordar os potenciais impactos da escalada da disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo, Haddad se mostrou otimista. “Não vejo risco de recessão no Brasil. Obviamente estamos olhando a situação e temos que verificar como as tensões vão se acomodar”, afirmou o ministro. Ele expressou ainda ceticismo quanto à sustentabilidade das tarifas mútuas, classificando-as como um fator de desorganização das cadeias produtivas globais.
Haddad ponderou que, caso a guerra comercial se intensifique, o risco seria sistêmico, afetando a economia global como um todo, e não apenas o Brasil.
Curiosamente, o governo federal vislumbra na atual conjuntura uma oportunidade para impulsionar as exportações brasileiras. A expectativa é de que a disputa entre Washington e Pequim possa abrir espaço para produtos nacionais em ambos os mercados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou sobre o tema na véspera (22), durante encontro com o presidente do Chile, Gabriel Boric. Lula adotou uma postura pragmática, sinalizando o interesse do Brasil em manter relações comerciais com ambos os países. “Eu quero vender e comprar. Eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre outro. Quem tem que ter preferência são os meus empresários que querem negociar”, declarou o presidente.
(Agência Brasil)