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Exame: G4F começou do zero e está a caminho do R$ 1 bilhão

Empresa de Brasília nasceu como consultoria de TI e hoje atende 300 clientes, incluindo órgãos públicos. Após investimentos em governança, quer iniciar operação internacional nos próximos três anos

O Brasil tem mais de 20 mil empresas de tecnologia em operação. Poucas, porém, chegam ao topo da cadeia. A maior parte trava em dois obstáculos clássicos: a complexidade da gestão pública e a dificuldade de escalar serviços especializados. Foi nesse ambiente que a G4F Soluções Corporativas decidiu crescer — e vem dando conta do recado.

A empresa nasceu em Brasília, atua como integradora de tecnologia e se especializou em atender demandas complexas do setor público, incluindo empresas públicas. Tem mais de 8.000 colaboradores, presença em todo o país e clientes como Petrobras, BNDES, TSE, Eletrobras e Copel.

Em 2023, a receita líquida somou 485 milhões de reais, com crescimento em todo o país e clientes como Petrobras, BNDES, TSE, Eletrobras e Copel.

A G4F apareceu em 9º lugar no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, entre as empresas com receita entre 300 e 600 milhões de reais. O destaque chama atenção para um ponto pouco discutido no setor: como construir uma empresa sólida, lucrativa e ética atendendo principalmente ao setor público.

“Desde o início, nosso diferencial foi qualidade e seriedade. Começamos pequenos, mas com a convicção de que nos portaríamos como uma grande empresa”, afirma Jerusa Falcão, CEO da G4F.

Como tudo começou

A G4F foi fundada em 2009 por Jerusa e seu marido, Elmo Lacerda. Ela era funcionária pública da área de tecnologia, com passagens pelo Banco do Brasil e pela Petrobras. Ele, empreendedor do setor de concessionárias de motocicletas.

O filho do casal, Matheus, entrou anos depois e hoje é sócio. A filha Luisa também está no comando, como diretora jurídica. Apesar do perfil familiar, a empresa adota governança corporativa desde o início.

A ideia era simples: suprir uma carência estrutural do setor público, que dependia de empresas privadas para projetos de tecnologia, mas sofria com burocracia, prazos longos e poucas opções de prestadores.

O primeiro grande contrato veio com o Banco do Nordeste. A missão era estruturar um escritório de gestão de projetos de TI. O sucesso abriu portas. O portfólio cresceu. Vieram Receita Federal, ministérios, estatais, agências e tribunais.

O que a G4F faz

Hoje, a empresa atua com consultoria de tecnologia, desenvolvimento de software sob encomenda, BPO (terceirização de processos de negócio), auditoria contratual e engenharia consultiva. Apesar de atender também o setor privado, cerca de 80% da receita ainda vem de contratos com o setor público.

“Começamos como uma consultoria boutique. Hoje, competimos com gigantes”, afirma Elmo Lacerda, presidente do conselho da G4F. Entre as empresas com serviços equivalentes aos feitos pela G4F estão nomes como Accenture, Deloitte e NTT Data.

Os serviços variam de projeto para projeto. Em alguns casos, a empresa implanta sistemas e treina equipes do órgão público. Em outros, atua com consultoria estratégica e alocação de profissionais. O foco está sempre em soluções de alta complexidade, com resultados tangíveis.

Estratégia de crescimento

O crescimento da G4F foi construído em camadas. Primeiro, a reputação com os clientes. Depois, a expansão geográfica. A empresa abriu escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Fortaleza, Recife e Belo Horizonte.

O novo escritório em Recife, no Porto Digital, é parte da estratégia de internacionalização. A meta é operar no exterior dentro de três anos, com foco inicial em países da África e da Europa.

“Internacionalizar não é só abrir um CNPJ fora. É criar uma operação com base sólida, e isso exige governança, planejamento e estrutura”, diz Matheus, sócio da G4F.

Cultura e valores

A G4F sempre manteve um perfil discreto, mas com valores bem definidos: integridade, qualidade e inovação. “O setor público ainda carrega um preconceito com fornecedores. Desde o início, sabíamos que nossa reputação seria o ativo mais importante”, diz Jerusa Falcão.

Hoje, a integridade é o valor mais forte dentro da companhia. A empresa mantém um programa de compliance ativo e uma cultura que preza pela entrega com responsabilidade. O mesmo vale para o compromisso social: a G4F mantém programas para jovens em vulnerabilidade social, em parceria com o Tribunal de Justiça de Goiás, e iniciativas de capacitação interna, como o Engaja+ e o Inspira.

Inteligência artificial e futuro

A G4F também começa a incorporar soluções de inteligência artificial (IA) em projetos para o setor público. Ainda são aplicações iniciais — como aceleração de processos internos e suporte à decisão — mas o otimismo é grande.

“O governo brasileiro está entre os mais digitalizados do mundo. Com a quantidade de dados disponíveis, a IA pode transformar a relação entre cidadão e Estado”, afirma Matheus.

A previsão para 2025 é ultrapassar o faturamento de 1 bilhão de reais. A meta é alcançar essa marca com rentabilidade, mantendo os princípios que trouxeram a empresa até aqui.

“Temos consciência da responsabilidade que carregamos. São 8 mil famílias que dependem da companhia. Nosso compromisso é seguir crescendo com base sólida, um passo de cada vez”, diz Jerusa.

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Por Leo Branco

Publicado originalmente em: encurtador.com.br/xHRkg

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