Serviço oferece viagens rápidas e luxuosas a partir de R$ 3,5 mil
Sete anos depois de a Uber ter feito testes em São Paulo com viagens por helicóptero via aplicativo — um projeto que não avançou —, outra empresa tenta fazer a modalidade vingar na capital paulista. O grupo português OHI, controlador da Omni Táxi Aéreo, que também atua no transporte offshore, lançou nesta quinta-feira (3) a Revo, que oferece voos de helicóptero a partir da Faria Lima.
“O maior problema do trânsito de São Paulo é a falta de previsibilidade. Você nunca sabe se vai demorar uma ou três horas para chegar ao seu destino e tempo é dinheiro”, afirma João Welsh, CEO da Revo. “Nossa intenção não é fazer a pessoa andar só de helicóptero, mas sim oferecer essa comodidade quando for conveniente.”
A Revo oferece assentos individuais em helicópteros. O serviço inclui traslado com motorista do ponto de partida ao heliponto mais próximo, onde a decolagem é esperada em um lounge. Hoje, existem dois helipontos filiados à companhia, um na esquina da Avenida Brigadeiro Faria Lima com a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek e outro no complexo Cidade Jardim, da JHSF.
De início serão apenas dois trajetos fixos, um para o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e outro para a Fazenda Boa Vista, condomínio de casas de campo também pertencente à JHSF. Os percursos custam, respectivamente, R$ 3,5 mil e R$ 5 mil por pessoa. A contratação de uma aeronave custa R$ 24 mil por hora. A companhia informou que em breve terá novos destinos fixos em seu portfólio.
Para Welsh, o uso de inteligência artificial (IA) é um dos diferenciais da companhia, já que com ela foi possível mapear onde estão localizados os super ricos, para onde eles se locomovem e quanto tempo levam, em média, para fazer esses percursos.
A expectativa da empresa é transportar 3,7 mil passageiros até o fim de 2023. Em cinco anos, o CEO espera que esse número atinja a casa dos 90 mil. Para isso, estão disponíveis duas aeronaves da Airbus, uma para cinco pessoas e outra para oito. Todos os voos contam com dupla tripulação. Nos próximos cinco anos, o número de helicópteros deve chegar a 12.
Para dar o pontapé inicial em São Paulo, a companhia investiu US$ 5 milhões (R$ 24 milhões), sem contar as aeronaves – em torno de US$ 17 milhões cada. De acordo com Welsh, cerca de 67% recursos foram investidos em tecnologia e restante foi usado para as conexões terrestres e as instalações para os passageiros esperarem a hora de decolar.
A companhia espera encerrar 2023 com uma receita de US$ 2 milhões, levando em consideração apenas cinco meses de operação. Em cinco anos, a estimativa de faturamento gira em torno de US$ 80 milhões.
Além dos helicópteros fabricados pela Airbus, a Revo tem acordos assinados com a Eve, da Embraer, para aquisição eVTOLS quando disponíveis no mercado.
“Não sabemos exatamente quando os veículos vão chegar ao mercado, mas a ideia é estar 100% preparado no quesito mobilidade aérea para que essa chegada seja feita com segurança”, afirma o CEO da Revo.