Por Mitch Phillips
MOSCOU (Reuters) – A Croácia mostrou uma resiliência magnífica ao dar a volta por cima e derrotar a Inglaterra por 2 x 1 nesta quarta-feira, com o gol na prorrogação de Mario Mandzukic levando a seleção à sua primeira final de Copa do Mundo e gerando comemorações por todo o país.
A Inglaterra parecia estar no caminho de sua primeira final desde 1966, ao abrir o placar com gol de falta de Kieran Trippier aos 5 minutos e dominou totalmente o primeiro tempo.
Mas a Croácia, em sua primeira semifinal desde 1998, igualou com gol de Ivan Perisic aos 23 do segundo tempo e então se tornou o time mais perigoso.
O jogo permaneceu empatado após 90 minutos, levando a Croácia para sua terceira prorrogação seguida, depois de ter derrotado a Dinamarca e a Rússia nos pênaltis.
Mas ao invés de murchar, a seleção croata pareceu ter ganho energia e evitou uma terceira disputa de pênaltis quando Mandzukic marcou com um chute rasteiro aos 4 minutos do segundo tempo da prorrogação.
Desde a semifinal dos sonhos em 1998, em sua primeira competição como uma nação independente, a Croácia fracassava em avançar da fase de grupos, com cada elenco fracassado subsequente sendo comparado aos heróis que disputaram a Copa na França.
Este elenco, no entanto, superou o feito e terá a chance de vingar a derrota de 20 anos atrás quando enfrentar a França no domingo no estádio Luzhniki, em Moscou.
“Estamos merecidamente na final”, disse o técnico croata Zlatko Dalic. “O que os rapazes jogaram esta noite é fantasia, eles fizeram história. Nós não dissemos a nossa última palavra, ainda há mais um jogo pela frente. Se Deus quiser, seremos campeões do mundo.”
Como sempre, a Croácia mostrou fantástico espírito e confiança, indo à prorrogação em três partidas e mostrando recuperação após um primeiro tempo ruim contra a Inglaterra.
A seleção inglesa teve um início perfeito quando Trippier cobrou uma incrível falta no ângulo.
O gol foi o 12º da Inglaterra na competição, e o nono de bola parada, mas a seleção deveria ter acrescentado mais ao placar enquanto parecia estar completamente no comando.
RECUPERAÇÃO
A melhor chance para um segundo gol da Inglaterra foi desperdiçada por Jesse Lingard, que estava desmarcado quando chutou para fora quando um gol parecia certo.
A Croácia era um sombra da equipe que massacrou a Argentina na fase de grupos, mas começou a firmar sua posição no jogo conforme a partida passou da marca de uma hora e a influência de Luka Modric cresceu.
A Inglaterra pagou o preço destes erros quando Perisic mostrou grande determinação ao ficar na frente de Kyle Walker para receber um cruzamento de Sime Vrsaljko e, embora seu pé estivesse levantado e ele tenha olhado ansiosamente para o árbitro, Walker estava paralisado e houve algumas reclamações.
Perisic poderia ter marcado outro quando chutou a bola na trave, e a zaga inglesa começava a perder forma.
Foi um jogo diferente a partir daí, com a Croácia de repente jogando com precisão e propósito, se aproveitando das falhas inglesas, embora Kane tenha perdido uma chance de vencer o jogo nos acréscimos, quando cabeceou depois de cobrança de falta.
A Inglaterra inicialmente se reorganizou bem na prorrogação, com Marcus Rashford apresentando mais velocidade e a Croácia ficou grata a Vrsajlko por salvar na linha do gol um cabeceio de John Stones.
Mas foi a Croácia que deu o golpe final, quando Perisic ganhou de cabeça na beira da área, a Inglaterra perdeu concentração e a bola sobrou para Mandzukic, que chutou para superar o goleiro Jordan Pickford.
“Nós trabalhamos o mais duro que pudemos… isto dói, isto dói muito e irá doer por muito tempo”, disse Kane, capitão da Inglaterra.
“Nós criamos algumas boas chances quanto estávamos com vantagem de 1 x 0, talvez nós tenhamos ficado muito atrás, mas nós não tivemos pressão suficiente”, acrescentou. “Há muitas coisas que poderíamos ter feito melhor”.