Jay Y Lee, vice-presidente da companhia, havia sido preso duas vezes por suborno, mas estava em liberdade condicional desde o ano passado
O herdeiro e líder de fato do grupo Samsung, Lee Jae-yong, recebeu o perdão presidencial, nesta sexta-feira (11), num exemplo da longa tradição da Coreia do Sul de libertar líderes empresariais envolvidos em casos de corrupção. O bilionário, condenado por suborno e peculato, será “reintegrado” para “contribuir na superação da crise econômica da Coreia do Sul”, disse o ministro da Justiça, Han Dong-yong.
Lee, classificado em 278º na lista da Forbes das pessoas mais ricas do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 7,9 bilhões, havia sido preso duas vezes, mas estava em liberdade condicional desde o ano passado. Agora, o perdão especial do presidente acaba com a proibição de cinco anos para que Lee que ocupe um cargo formal na Samsung. “Devido à crise econômica global, o dinamismo e a vitalidade da economia nacional se deterioraram e teme-se um prolongamento da recessão econômica”, disse o Ministério da Justiça, em comunicado.
O perdão de Lee, como o de outros executivos na mesma situação, busca “liderar o motor de crescimento contínuo do país por meio de investimentos ativos em tecnologia e criação de empregos”, acrescentou o ministério.
O magnata de 54 anos recebeu seu perdão junto com outros três empresários, incluindo o presidente do Lotte Group, Shin Dong-bin, condenado a dois anos e meio de prisão, após um caso de suborno em 2018. Ao todo, o ministério anunciou 1.693 indultos por ocasião do Dia da Libertação, que marca a rendição do Japão, em 1945, e que encerrou décadas de poder colonial na Coreia.
Protestos contra
Uma pesquisa realizada no mês passado em conjunto por quatro institutos mostrou que 77% dos entrevistados eram a favor de conceder indulto ao líder da Samsung, apesar dos protestos anteriores. Enquanto grupos empresariais, incluindo a Câmara de Comércio e Indústria da Coreia e a Federação de Empresas da Coreia, celebraram o perdão para Lee, grupos de direitos civis criticaram os indultos de Yoon a empresários.
“O governo Yoon Suk-yeol… está, em última análise, apenas visando um país apenas para os ricos”, afirmou a Solidariedade Popular pela Democracia Participativa em um comunicado.