Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Estudo aponta que bilhões sofrem de doença neurológica
As condições neurológicas são a principal causa de carga de doenças em todo o mundo. Segundo a revista The Lancet, em 2021, cerca de 3,4 bilhões de indivíduos tiveram distúrbios que afetam o sistema nervoso, com a enxaqueca respondendo pela terceira maior perda de vida saudável relacionada ao sistema nervoso, avaliada como número de anos de vida ajustados por incapacidade.
A análise sugere que, em todo o mundo, o número geral de incapacidade, doenças e morte prematura — uma medida conhecida como anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) — causadas por condições neurológicas aumentou 18% nos últimos 31 anos, passando de 375 milhões de anos de vida saudável perdidos, em 1990, para 443 milhões de anos em 2021.
Segundo o estudo, as principais doenças neurológicas que contribuíram para a perda da saúde neurológica em 2021 foram o AVC, encefalopatia neonatal, enxaqueca, doença de Alzheimer e outras demências
OMS investiga doença misteriosa no Congo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está investigando uma doença que tem matado centenas de pessoas na República Democrática do Congo. Somente na comunidade rural de Panzi, 143 pessoas morreram.
Os principais sintomas são dificuldade para respirar, febre, tosse, dor de cabeça e anemia. Os pesquisadores investigam se a doença tem relação com influenza e covid-19. Segundo a entidade, até 3 de novembro, são 1.647 casos confirmados e 10.875 suspeitos.
Oxford escolhe “brain rot” como a palavra do ano
A Universidade de Oxford anunciou que “Brain rot” (cérebro aprodecido, em tradução livre) foi escolhida a palavra do ano. A pesquisa pelo termo cresceu 230% neste ano e é referente a deterioração do estado mental de uma pessoa por conta do uso excessivo das redes sociais.
O termo foi utilizada pela primeira vez pelo autor Henry David Thoreau no livro “Walden ou A vida nos bosques” em 1854 como uma crítica a civilização industrial. A palavra também deu nome a um tratamento de saúde nos Estados Unidos que a condição provoca “neblina mental, letargia, redução da capacidade de atenção e declínio cognitivo.”
O que MR publicou
- Quantidade de médicos aumentou 23,6% em 4 anos
- Quem é o CEO de saúde assassinado em NY
- Hapvida anuncia RS 2 bi para construção de 10 hospitais
Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual
A cada ano, 11.607 partos são consequência de violência sexual praticada contra meninas menores de 14 anos de idade. A Lei nº 12.015/2009 determina que esse tipo de violação configura estupro de vulnerável e prevê pena de reclusão de dois a cinco anos.
Elaborada pelo Centro Internacional de Equidade em Saúde, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com apoio da organização Umane, uma pesquisa verificou mais de 1 milhão de partos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) de 2020 a 2022 e constatou que 40% das meninas dessa faixa etária começaram a fazer o pré-natal depois dos primeiros três meses de gestação.
Brasil está próximo de atingir meta de vacinação de HPV
Novos dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil está próximo de alcançar a meta de vacinação contra o HPV, causador do câncer de colo de útero. No ano passado, quase 85% do público-alvo já tinha sido vacinado e entre os adolescentes com 14 anos, a cobertura passou de 96%.
Entre as crianças de 9 anos, o alcance ainda está aquém do desejado, com menos de 69% deles imunizados. A doença é o terceiro tumor mais incidente e a quarta maior causa de morte entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos e 7 mil óbitos anuais.
O objetivo do Ministério é chegar a 90% do público-alvo, composto por meninas e meninos de 9 a 14 anos. Para isso, é preciso aumentar a imunização nas crianças e adolescentes do sexo masculino.
Casos de HIV em idosos registram aumento
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico sobre HIV/AIDS do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2021, o número de idosos que testaram positivo para o vírus quadruplicou.
O geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Marco Túlio Cintra, explica que são diversos os fatores ligados a esse aumento, entre eles a falta de campanhas direcionadas a esse público. E acrescentou que os números podem ser ainda maiores, já que é grande a subnotificação por falta de testagem.