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Líderes das Coreias prometem trabalhar por fim da guerra e “desnuclearização completa” após cúpula histórica

Por Christine Kim e Josh Smith

SEUL (Reuters) – O líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, se abraçaram nesta sexta-feira depois de prometerem trabalhar pela “desnuclearização completa da península coreana”, pontuando um dia de sorrisos e apertos de mão durante a primeira cúpula intercoreana em mais de uma década.

As duas Coreias anunciaram que trabalharão juntamente com os Estados Unidos e a China neste ano para declarar um fim oficial para a Guerra da Coreia (1950-53) e buscar um acordo para estabelecer uma paz “permanente” e “sólida” em seu lugar.

A declaração incluiu promessas de buscar uma redução gradual de armas militares, cessar atos hostis, transformar sua fronteira fortificada em uma zona pacífica e realizar conversas multilaterais com outros países, incluindo os EUA.

“Os dois líderes declaram diante de nosso povo de 80 milhões e do mundo inteiro que não haverá mais guerra na península coreana e que uma nova era de paz começou”, disse a declaração conjunta.

Mais cedo, Kim se tornou o primeiro líder norte-coreano desde a Guerra da Coreia a pisar na Coreia do Sul depois de apertar a mão do presidente sul-coreano sobre um meio-fio de concreto que assinala a divisa na zona desmilitarizada altamente fortificada entre os dois países.

As cenas de Moon e Kim brincando e caminhando juntos contrastaram de forma acentuada com a sequência de testes de mísseis da Coreia do Norte e do maior teste nuclear de sua história realizados no ano passado, que desencadearam amplas sanções internacionais e criaram temores de um novo conflito na península coreana.

O encontro bilateral ocorreu semanas antes de uma reunião prevista entre Kim e o presidente norte-americano, Donald Trump, que representaria o primeiro encontro de líderes dos dois países no exercício da função.

Moon concordou em visitar Pyongyang mais tarde neste ano, de acordo com a declaração conjunta.

Como parte dos esforços para reduzir as tensões, os dois lados concordaram em abrir um escritório de ligação, suspender as transmissões de propaganda política e os lançamentos de panfletos ao longo da fronteira e permitir que famílias coreanas separadas pela divisa se reúnam.

Poucos dias antes da cúpula, Kim disse que a Coreia do Norte suspenderá os testes nucleares e de mísseis de longo alcance e desmontará sua única instalação conhecida de testes nucleares.

Mas muitos ainda duvidam que Kim esteja disposto a abdicar do arsenal atômico que seu país defendeu e desenvolveu durante décadas por se tratar do que Pyongyang diz ser um meio de dissuasão necessário contra uma invasão dos EUA.

Não é a primeira vez que líderes das duas Coreias expressam sua esperança na paz, e duas cúpulas anteriores realizadas em Pyongyang em 2000 e 2007 não levaram os norte-coreanos a interromperem seus programas de armas nem melhoraram as relações de forma duradoura.

“Faremos esforços para criar bons resultados nos comunicando com frequência, de maneira a fazer com que nosso acordo, assinado hoje diante do mundo inteiro, não termine somente como um início, como acordos anteriores ao de hoje”, disse Kim após a assinatura do pacto.

Mais cedo, Moon cumprimentou Kim na linha de demarcação militar, onde os dois sorriram e apertaram as mãos.

Kim surpreendeu convidando Moon a cruzar rapidamente para o lado norte-coreano, e em seguida os dois líderes voltaram à Coreia do Sul se mãos dadas.

“Fiquei entusiasmado de nos encontrarmos neste local histórico, e é realmente comovente que você tenha vindo até a linha de demarcação para me receber em pessoa”, disse Kim, vestindo seu tradicional terno preto à la Mao Tsé-Tung.

“Uma nova história começa agora. Uma era de paz, do ponto inicial da história”, escreveu Kim em coreano em um livro de visitas na Casa da Paz sul-coreana antes do início das conversas.

(Por Inter-Korean Summit Press Corps, Christine Kim e Josh Smith; Reportagem adicional de Hyonhee Shin, em Seul, e David Brunnstrom, Susan Heavey e Eric Beech, em Washington)

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