Por Madeline Chambers
BERLIM (Reuters) – O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD, na sigla em alemão) mergulhou ainda mais no caos nesta terça-feira devido ao aumento da resistência aos planos de nomear Andrea Nahles como líder interina para acabar com seis dias de turbulência depois que o partido concordou com um acordo de coalizão com os conservadores da chanceler Angela Merkel.
Profundamente divididos quanto ao acordo e à atribuição de ministérios, e ainda enfrentando uma queda nas pesquisas de opinião, os líderes do SPD estão tentando convencer seus 464 mil membros a apoiarem o pacto em uma votação da qual depende um eventual quarto mandato de Merkel.
Como muitos membros da base do SPD relutam em voltar a compartilhar o poder com Merkel, o resultado da votação marcada para 4 de março é uma incógnita. Se os membros votarem ‘não’ para o acordo de coalizão, uma nova eleição parece a opção mais provável.
A questão mais urgente para o SPD é empossar um novo líder, já que na semana passada Martin Schulz disse que renunciaria para permitir que a sigla se reformule.
A favorita é Nahles, ex-ministra do Trabalho de 47 anos de discurso franco e talento oratório e inclinação para a esquerda, mas a maneira como Schulz pareceu ungi-la revoltou muitos correligionários.
Os planos para que ela assuma de imediato, ainda que interinamente, até uma conferência partidária esperada para março foram o maior motivo de resistência, já que rompem com o procedimento do partido.
O comitê diretivo e o conselho do SPD se reúnem ainda nesta terça-feira para decidir o sucessor temporário de Schulz, e alguns membros se queixaram de parecer se tratar de uma manipulação.