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Wolney Queiroz também se reuniu com suspeitos de fraudes do INSS

Novo ministro era secretário-executivo da pasta na ocasião. Representantes do governo Lula receberam 15 vezes entidades que foram alvo da PF por desvio de R$ 6,5 bilhões

O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel (PDT), reuniu-se ao menos uma vez com agentes de organizações investigadas por desviar R$ 6,5 bilhões de aposentadorias. Em 11 de julho de 2023, quando era secretário-executivo da pasta, teve encontro com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A entidade foi a instituição responsável por reter o maior valor dos aposentados, segundo relatório da Controladoria Geral da União (CGU). A Contag também foi a que mais teve encontros com representantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Conforme adiantado pelo Poder 360, houve representantes em 13 das 15 reuniões realizadas com essas organizações. Wolney foi empossado por Lula ainda nesta sexta-feira (2). Ele substitui Carlos Lupi (PDT), que caiu depois que veio à tona o escândalo dos desvios de aposentados pelo INSS. Wolney também é filiado ao PDT e foi deputado federal.

Representantes dos ministérios da Previdência Social, do Desenvolvimento Social e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se reuniram pelo menos 15 vezes desde o início do governo Lula com organizações investigadas por desviar R$ 6,3 bilhões de aposentadorias. Os ministros Carlos Lupi (Previdência) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e o agora ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto estiveram em oito desses encontros com entidades investigadas.

Em setembro de 2024, a CGU finalizou um relatório sobre uma auditoria que verificou indícios de ilegalidades nos descontos associativos dos benefícios previdenciários. O documento indicou que 97,6% dos aposentados e pensionistas do INSS tiveram descontos diretos não autorizados em seus benefícios para pagar sindicatos e associações.

O órgão entrevistou 1.273 beneficiários de abril a julho de 2024 em todos os estados do país. Do total, 96% disseram não participar de nenhuma associação. De acordo com a CGU, os resultados indicaram a “grande probabilidade” de os descontos terem sido feitos de maneira indevida e à revelia do interesse dos pensionistas.

O órgão relatou que a auditoria foi feita depois da identificação de um aumento súbito no montante dos descontos para mensalidades associativas realizados na folha de pagamento dos beneficiários. Segundo a CGU, em 2022, o valor dos descontos realizados foi de R$ 706,2 milhões. Em 2024, o montante mais do que triplicou, chegando a R$ 2,8 bilhões.

A controladoria identificou também que os pedidos para cancelar os descontos realizados pelos canais de atendimento do INSS cresceram “acentuadamente” a partir de julho de 2023. Em abril de 2024, foram 192 mil solicitações registradas.

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