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Venezuela diz que avaliação dos EUA sobre disputa com Guiana é “intervencionista”

CARACAS (Reuters) – O ministro das Relações Exteriores da Venezuela descreveu na terça-feira como “intervencionistas e desrespeitosos” os comentários dos Estados Unidos sobre um incidente no final de semana no qual a marinha venezuelana deteve dois navios que exploravam petróleo para a Exxon Mobil na costa da Guiana.

Os dois vizinhos sul-americanos dizem que o incidente no sábado ocorreu em suas águas territoriais.

Em resposta ao evento, o Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que a Venezuela se comportou de maneira “agressiva” e exigiu que o país respeite a lei internacional e os direitos de seus vizinhos”.

“É evidente que o governo dos Estados Unidos está interferindo em uma questão que não lhe diz respeito, com o objetivo de promover interesses corporativos ligados às elites de Washington”, informou em nota o ministro venezuelano.

O presidente Nicolas Maduro já acusou os Estados Unidos de planejarem invadir a Venezuela para derrubar seu governo, enquanto Washington já impôs sanções às dívidas da Venezuela e a membros do governo Maduro diante de acusações de corrupção, violações de direitos humanos e fraude eleitoral.

Uma disputa territorial centenária entre Venezuela e Guiana reapareceu nos últimos anos com a descoberta de 5 bilhões de barris de petróleo e gás pela Exxon na costa da Guiana.

Na Venezuela, que é um país membro da Opep, a produção de petróleo está perto de mínimas em 70 anos em meio a uma severa crise econômica.

A Guiana diz que Caracas abriu mão de sua participação no Essequibo, uma região de selva com baixa população que compõe dois terços do território da Guiana, após uma decisão de 1899 de um tribunal internacional, mas a Venezuela decidiu não acatar à essa resolução posteriormente. A ONU neste ano arbitrou uma disputa na Corte Internacional de Justiça.

Duas embarcações de propriedade da norueguesa Petroleum Geo-Services e sob contrato da Exxon Mobil estavam conduzindo pesquisas sísmicas na área. Os navios interromperam seus trabalhos e se voltaram para o leste após a marinha venezuelana dizer que a Guiana não tinha jurisdição ali.

Perguntado sobre se havia planos para que as embarcações retomassem suas atividades, o ministro de Assuntos Exteriores da Guiana, Carl Greenidge, disse que o governo está “em discussão” com a Exxon.

Nem a Exxon nem a PGS responderam imediatamente aos pedidos para comentário na terça-feira, e o Departamento de Estado dos Estados Unidos se recusou a comentar o assunto.

(Reportagem de Luc Cohen e Vivian Sequera em Caracas; reportagem adicional de Yeganeh Torbati em Washington)

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