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Transição democrática de Mianmar está “em um impasse”, diz painel da ONU

Por Stephanie Nebehay

GENEBRA (Reuters) – A transição democrática de Mianmar se encontra em um impasse, uma vez que as autoridades tentam silenciar os críticos mas permitem o discurso de ódio, particularmente contra muçulmanos rohingyas, disse nesta terça-feira o chefe da missão de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o país.

Marzuki Darusman, diretor da Missão de Verificação de Fatos da ONU em Mianmar, denunciou o que qualificou como “brutalidade extrema dos militares” conhecidos como Tatmadaw, ao apresentar um relatório que o enviado do governo de Mianmar rejeitou por considerar unilateral.

A comissão apresentou seu relatório completo de 440 páginas depois de um sumário divulgado em 27 de agosto em que disse que os militares de Mianmar cometeram assassinatos em massa e estupros de rohingyas com “intenção genocida” e pediram que o comandante-chefe, Min Aung Hlaing, e cinco generais sejam processador pelos crimes mais graves previstos na lei internacional.

O governo de Mianmar refutou o sumário na ocasião e disse que a comunidade internacional está fazendo “alegações falsas”. Os militares não comentaram, e a Reuters não conseguiu contatar os generais mencionados no relatório.

O embaixador de Mianmar, Kyaw Moe Tun, rejeitou as conclusões da comissão por serem “unilaterais”, e disse que o governo não reconhece sua autoridade.

“Este relatório não só é prejudicial para a coesão social no Estado de Rakhine, ele também mina os esforços do governo para trazer paz, reconciliação nacional e desenvolvimento à nação inteira”, disse ele ao fórum.

Darusman disse nesta terça-feira que “não existe lei nem instituição de Mianmar que esteja acima dos Tatmadaw”, e pediu o fim do que classificou como sua “impunidade completa”.

A democracia depende de autoridades que aceitam monitoramento e lutam contra o discurso de ódio e a desinformação, afirmou.

“Neste aspecto, a transição democrática de Mianmar mal começou, e agora está em um impasse”, acrescentou.

Darusman disse que a repressão militar em Rakhine em agosto de 2017, desencadeada na esteira de ataques de insurgentes, provocou um êxodo em massa de quase 750 mil rohingyas para Bangladesh, as mortes de ao menos 100 mil pessoas e a destruição de mais de 37 mil casas e estruturas dos rohingyas.

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