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Pai que perdoou filho por assassinar família pede ao Texas que revogue pena de morte

Por Jon Herskovitz

AUSTIN, Texas (Reuters) – Um homem do Texas que sobreviveu a um ataque doméstico letal promovido por seu filho está pressionando por clemência ao condenado, embora o estado nunca tenha poupado um preso condenado à morte apenas com o pedido formal da família da vítima.

Thomas “Bart” Whitaker terá sua pena de morte executada no dia 22 de fevereiro por injeção letal, por ter planejado um ataque, em 2003, próximo a Houston, que deixou sua mãe Tricia, de 51 anos, e o irmão Keith, de 19 anos, mortos e seu pai Kent ferido por uma bala perto de seu coração.

Nos 31 estados que preveem pena de morte, promotores que tomam a decisão de buscar a pena de morte, equilibrando a punição que consideram melhor servir à sociedade com os desejos da família da vítima. Nesse caso, os promotores do Texas solicitaram a pena de morte e o júri decidiu que Bart Whitaker, de 38 anos, merecia ser executado.Seu pai, um devoto cristão e executivo aposentado de 69 anos, disse que se essa pena for implementada, isso só aumentará sua dor.

“Eu vou ser lançado em um sofrimento ainda mais profundo nas mãos do estado do Texas, em nome da justiça”, declarou Kent Whitaker na semana passada, após um encontro de 30 minutos com o presidente do Conselho de Perdão e Condicional do Texas, em Austin.

Whitaker disse que seu filho foi um presidiário exemplar e forneceu cartas dos guardas da prisão para apoiá-lo. De acordo com a petição de clemência, Kent Whitaker, seus parentes e a família de sua esposa não querem que o Texas execute Bart.

A decisão do conselho deve ocorrer na terça-feira, dois dias antes da execução. Caso recomende mudar a sentença de morte pela prisão perpétua, o governador Greg Abbott, um republicano, tomaria a decisão final.

Tim Cole, professor da Faculdade de Direito da Universidade do Norte do Texas e um ex-promotor público do Texas, disse que o caso aponta para uma grande falha no sistema de penas capitais dos EUA.

Sem critérios consistentes para que os promotores saibam se deveriam buscar a execução, opinou, o sistema é arbitrário.

“Depende-se completamente dessa pessoa, do promotor, aplicar a pena de morte ou não”, disse.

No entanto, o caso de Whitaker é um ponto fora da curva. Em muitos casos, membros da família querem que o promotor busque a punição máxima, disse Cole.

Desde que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos restabeleceu a pena de morte, em 1976, considerar clemência a pedido da família da vítima é quase inédito, de acordo com a organização sem fins lucrativos Centro de Informações de Pena de Morte, que monitora esse tipo de condenação nos EUA. Ocorreu apenas uma vez na Geórgia, em 1990, informou o grupo.

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