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Forças sírias intensificam ataque a Ghouta Oriental para dividir enclave rebelde em dois

Por Tom Perry e Angus McDowall

BEIRUTE (Reuters) – Forças do governo da Síria realizaram ataques aéreos intensos em Ghouta Oriental nesta quarta-feira na tentativa de dividir o enclave rebelde em dois, intensificando uma campanha para impor a maior derrota desde 2016 aos combatentes de oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

O ataque governamental na área densamente povoada e situada nos arredores de Damasco, que começou no mês passado, se tornou uma das campanhas mais agressivas da guerra, atualmente em seu oitavo ano, e seus bombardeios já mataram centenas de pessoas.Imagens ao vivo transmitidas pela televisão estatal síria das cercanias da cidade de Mesraba mostraram colunas de fumaça enormes se erguendo no céu, e era possível ouvir os sons de explosões e de caças aéreos.Um correspondente da TV estatal disse que as defesas dos militantes na cidade estavam sendo alvejadas com “fogo preparatório” antes de um ataque de infantaria em preparação. “Mesraba está sofrendo um ataque pesado hoje”, disse Khalil Aybour, membro de um conselho de oposição de Ghouta Oriental.Capturar Mesraba seria um grande passo para isolar a metade norte de Ghouta Oriental, incluindo sua maior cidade, Douma, da metade sul. Até agora as forças do governo tomaram mais de 40 por cento do território.Os civis vêm fugindo das áreas das frentes de batalha na direção de Douma e se escondendo em porões.”Está ruim no porão, mas é melhor do que o bombardeio”, disse Adnan, morador de Douma de 30 anos que vem se abrigando com a esposa e a filha de dois anos no subsolo com outras 10 famílias, à Reuters por telefone.A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que 400 mil pessoas estão retidas nas cidades e vilarejos de Ghouta Oriental, sitiadas pelo governo há anos e já ficando sem alimentos e remédios antes mesmo do ataque. Um comboio humanitário chegou à área nesta semana, mas autoridades do governo confiscaram a maior parte de seus suprimentos médicos.A Rússia, aliada mais poderosa do presidente sírio, Bashar al-Assad, ofereceu passagem livre aos combatentes rebeldes com suas famílias e armas pessoais. A proposta lembrou acordos anteriores sob os quais os insurgentes, que se deparam com uma derrota militar, tiveram permissão de recuar para áreas dominadas pela oposição junto à fronteira turca.O grupo de monitoramento Observatório Sírio dos Direitos Humanos disse que 800 civis foram mortos por bombas e disparos de artilharia do governo.(Reportagem adicional de Ellen Francis e Laila Bassam, em Beirut; Maria Kiselyova, em Moscou; e Stephanie Nebehay, em Genebra)

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