BUENOS AIRES (Reuters) – O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, disse que não é intenção do governo dos Estados Unidos promover uma guerra comercial, afirmou nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, após conversa com o norte-americano.
A cobrança pelos EUA de taxas sobre importações de alumínio e aço prejudica a indústria do país, que é consumidora de semiacabados brasileiros como matéria-prima, disse Meirelles a Mnuchin, de acordo com relato do brasileiro.
Em uma conversa “boa e produtiva”, Mnuchin demonstrou bom entendimento da situação brasileira e prometeu conversar com seu colega do Departamento do Comércio, Wilbur Ross, contou Meirelles a jornalistas.
O ministro ressaltou que o Brasil não solicitou formalmente, ainda, isenção da cobrança das alíquotas de 10 por cento sobre o alumínio e 25 por cento sobre o aço impostas pelos EUA mais cedo neste mês.
“Perguntei a ele que contrapartidas os Estados Unidos vão pedir em retorno e ele disse que não tem ideia, até que as negociações tenham início”, disse Meirelles.
A princípio, os EUA abriram exceção apenas para os produtos do Canadá e México. A reação nos mercados financeiros à investida do governo do presidente Donald Trump foi imediata, com os investidores temendo escaladas e retaliações.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA, tendo enviado à maior economia do mundo 4,7 milhões de toneladas em 2017.
A jornalistas, Meirelles disse ter mostrado a Mnuchin que a balança comercial favorece os Estados Unidos, que têm saldos comerciais de bens que superam 90 bilhões de dólares em 10 anos.
(Reportagem de Anthony Boadle; Texto de Marcela Ayres)