SÃO PAULO (Reuters) – O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, fez neste domingo uma transmissão ao vivo do hospital onde está internado e aproveitou para atacar o PT e reforçar sua tese de uma possível fraude na eleição de outubro.
Bolsonaro recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Albert Einstein, em São Paulo, nesta manhã, e à tarde fez a transmissão do vídeo em suas redes sociais, na qual apareceu falando lentamente, e declarou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem se refere como “presidiário que está em Curitiba”, não fugiu antes de ser preso porque tem um plano B, que seria o de fraudar as eleições.
“Se coloquem no lugar do presidiário que está em Curitiba, com toda sua popularidade, com toda sua possível riqueza…você aceitaria passivamente, bovinamente, ir para a cadeia? Você não tentaria uma fuga? Se você não tentou fugir, é porque tem um plano B… Não consigo pensar em outra coisa a não ser um plano B se materializar numa fraude”, disse Bolsonaro no vídeo com transmissão ao vivo em sua página do Facebook.
De acordo com o candidato do PSL, há possibilidade de fraude também na eleição parlamentar.
As críticas de Bolsonaro ao PT ocorrem em um momento em que o substituto de Lula na corrida presidencial, Fernando Haddad, cresceu nas pesquisas de intenção de voto. Bolsonaro lidera com folga a disputa.
“O Haddad sendo eleito presidente, ele assina, no mesmo minuto da posse, o indulto do Lula e depois o nomeia chefe da Casa Civil”, afirmou Bolsonaro, tossindo em certos momentos.
Haddad já declarou que Lula quer o reconhecimento de sua inocência pelos tribunais superiores. O ex-presidente está preso desde abril em Curitiba cumprindo pena por condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).
No vídeo, o presidenciável pelo PSL repetiu a crítica ao fato de não haver voto impresso no pleito, afirmando que “não temos qualquer garantia nas eleições”.
Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 de setembro, quando fazia campanha em Juiz de Fora (MG), e passou por uma cirurgia de emergência na Santa Casa de Misericórdia da cidade mineira por causa de ferimentos nos intestinos grosso, delgado e em uma veia abdominal.
Na noite da última quarta-feira, ele foi submetido a uma segunda cirurgia para desobstrução intestinal, depois que exames detectaram aderência nas paredes do intestino.
De acordo com boletim médico divulgado no final da tarde deste domingo, Bolsonaro segue estável e sem intercorrências, após ser transferido para a unidade semi-intensiva do hospital Albert Einstein.
“(Bolsonaro) continua em jejum oral, recebendo por via endovenosa todos os nutrientes necessários para sua recuperação. Permanece sem febre ou outros sinais de infecção e sem disfunções orgânicas”, informou boletim médico.
(Por Tatiana Ramil)