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Bolsonaro chuta “pixuleco” e fala em vitória no 1º turno

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira que pode vencer no primeiro turno a eleição de outubro, mas negou que esteja “sentando na cadeira” presidencial.

Bolsonaro participou de uma carreata por Ceilândia e Taguatinga, duas das maiores cidades do Distrito Federal, onde foi bastante assediado por apoiadores e chegou a chutar um “pixuleco”, boneco que faz alusão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O candidato disse que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) não tivesse derrubado a exigência do voto impresso, haveria como demonstrar que ele pode vencer a corrida eleitoral já no dia 7 de outubro.

“Ninguém está sentando (na cadeira de presidente). Essa é a pesquisa que vale (das ruas). Em qualquer lugar do Brasil, de Manacapuru a Manaus a qualquer outra cidade do Brasil é uma aceitação enorme. Se o voto for impresso, sei que o Supremo derrubou isso, mas, se tivermos como comprovar a lisura das eleições, a gente ganha no primeiro turno”, disse Bolsonaro, em entrevista coletiva.

Em um dos discursos que fez, Bolsonaro afirmou que os ataques que vêm sofrendo, principalmente do PSDB e do PT, não vão abalar a candidatura dele. “Essa velha forma de fazer política já está ultrapassada”, disse.

“Vamos varrer a cúpula desses partidos para a lata do lixo da história”, acrescentou, ao considerar que o Brasil não suporta um novo ciclo de poder com as duas legendas.

Bolsonaro tem liderado as pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto nos cenários sem a presença do ex-presidente Lula, que teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.

SUSPEITA

Em entrevista, o candidato disse que as eleições estarão sob suspeita qualquer que seja o vencedor. Novamente ele questionou o uso das urnas eletrônicas no país e protestou contra o fato de o Supremo Tribunal Federal ter derrubado a exigência do voto impresso. “Eleições seguras é aquela que pode fazer auditoria”, disse.

A carreata de Bolsonaro contou com a presença de mil veículos, entre carros e motos, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. Prevista para começar às 9h, ela só começou mais de 1 hora e 30 minutos depois, em meio a desorganização e tumulto para que o comboio que levava o candidato e outros nomes apoiados por ele transitasse pelas ruas das duas cidades.

Durante a passagem, o também deputado federal distribuiu cumprimentos, tirou selfies com pessoas e fez rápidos, mas inflamados discursos em defesa da família, dos valores e contra o que chama de “establishment” político.

“Vamos quebrar esse sistema, vamos quebrar a máquina, vamos colocar um ponto final no establishment, vamos botar um ponto final nessa parada, porque eles podem ter bilhões para a campanha e tempo incomensurável de televisão, mas só nos temos o povo do nosso lado”, disse.

Bem avaliado nas pesquisas de intenção de voto no Distrito Federal, o candidato fez uma aceno a Ceilândia ao dizer que a esposa, Michelle, nasceu na cidade. “A primeira-dama vai ser aqui da Ceilândia”, afirmou.

O casal Rodrigo Portela, autônomo de 38 anos, e Roberta Portela, jornalista de 37, prestigiaram a carreata. Ele votou no candidato do PSDB, Aécio Neves, na eleição presidencial passada. Ela, em Dilma Rousseff. Ambos agora aderiram ao candidato do PSL e estampavam camisas com a foto de Bolsonaro.

Rodrigo disse que, antes de apoiar o candidato do PSL, se considerava um “analfabeto” em política. Disse que simpatizava com o PSDB, por considerar de direita, mas descobriu que “tudo era uma coisa só”.

Afirmou ainda que toda a família apoiará Bolsonaro e que não há chances de votar mais uma vez nos tucanos, que têm como candidato a presidente o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

“Meus princípios não condizem com os valores de pessoas com envolvimento com o crime”, disse o simpatizante.

Sua esposa afirmou que votou em Dilma Rousseff na sucessão presidencial de 2014 e apoiava o PT pelo discurso que hoje considera “populista” de tirar as pessoas da miséria. Mas admitiu que o partido perdeu a credibilidade por causa dos escândalos de corrupção e que Bolsonaro é uma “nova figura no cenário político”.

“Então a gente acredita nele justamente por não ter envolvimento com corrupção, ele é novo nesse sentido e é isso que o povo quer”, disse ela.

O casal não se preocupa com o fato de o candidato não ter uma forte base de apoio no Congresso no momento para implementar as propostas que tem defendido.

Rodrigo disse que o respaldo popular, caso eleito, vai ajudá-lo na relação com o Legislativo. Roberta afirmou que ele já conta com o apoio de 110 deputados atualmente e que a tendência natural é de isso crescer. “A gente não tem receio nenhum sobre isso”, destacou.

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