(Reuters) – O candidato à Presidência da República pelo PSDB Geraldo Alckmin afirmou nesta sexta-feira que a denúncia contra um de seus adversários Jair Bolsonaro (PSL) sobre omissão de patrimônio é grave e precisa ser investigada.
“Ela é muito grave, porque ela retrata ocultação de patrimônio”, disse o candidato, em evento de campanha em São Paulo.
“Toda denúncia tem que ser investigada e esclarecida, é isso que a sociedade espera. Que se faça justiça”, afirmou.
Bolsonaro foi acusado pela ex-mulher Ana Cristina Siqueira Valle em processo judicial aberto em 2008 de ocultar patrimônio da Justiça Eleitoral, ter renda mensal acima da declarada e furtar um cofre bancário pertencente a ela, segundo reportagem da revista Veja desta semana.
Já o presidenciável pedetista Ciro Gomes, disse que é preciso desconfiar da revista Veja, pois ela está a “serviço do pior gangsterismo do Brasil” e defendeu que as informações sejam esclarecidas.
“Todo brasileiro deve, quando olhar para a revista Veja, desconfiar, porque essa é uma revista produzida por gângsters e a serviço do pior gangsterismo do Brasil. Por mais que eu considere o Bolsonaro uma ameaça gravíssima ao povo brasileiro, eu não sou um oportunista. A Veja não merece confiança”, disse Ciro a jornalistas antes de encontro de campanha com mulheres em São Paulo.
“Agora, tudo que ela diz precisa ser esclarecido. Eu, por exemplo, acusado falsamente, eu processo a Veja e eu esclareço para as pessoas e é o que o Bolsonaro tem que fazer. Ele tem que processar a Veja e esclarecer para as pessoas o quanto de verdade e quanto de mentira tem ali”, afirmou.
Bolsonaro, ainda internado por conta de um atentado a faca no início de setembro, manifestou-se pelo Twitter e procurou desqualificar a reportagem.
“Estamos na reta final para as eleições. Mais uma vez parte da mídia de sempre lança seus últimos ataques na vã tentativa de me desconstruir. O sistema agoniza, vamos vencê-lo”, escreveu o candidato na rede social.
O tucano, quarto colocado nas pesquisas mais recentes e tenta atrair o eleitorado antipetista, afirmou que tem propostas relacionadas ao tema: a tipificação do crime de enriquecimento ilícito no Código Penal e a exigência que o agente público comprove a origem de seus bens, caso contrário serão confiscados.
“Eu tenho uma proposta, aliás, duas. A primeira de que o crime de enriquecimento ilícito seja incluída tipificado no Código Penal.”, explicou.
“O outro de que agente público, deputado, senador, governador, presidente, agente público, se não provar a origem dos bens, tem o perdimento. É o modelo americano. Nos Estados Unidos, o agente inverte o ônus da prova, ele que tem que provar a origem do seu patrimônio se ele não provar, o patrimônio é confiscado.”
(Por Maria Carolina Marcello; reportagem adicional de Laís Martins, em São Paulo)