A colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, publicou hoje nota sobre a senadora Simone Tebet. Ela teria dito a amigos e correligionários que “alguém tem que colocar juízo na campanha do Lula”. Tebet quer dar um tom mais centrista à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente segurar a militância, que grita nas ruas que “vai dar PT”. A ex-candidata à presidência teria escrito a essas pessoas próximas o seguinte: “não é vai dar PT. O povo está votando contra [Jair] Bolsonaro, e não no PT”. A senadora ainda afirmou que seria preciso “tirar o vermelho da rua”, que afastariam eleitores do Centro-Oeste do interior de São Paulo.
No entanto, retirar a euforia da militância petista, que esteve por baixo desde o impeachment de Dilma Rousseff e agora vive um período de catarse, parece quase impossível. Uma pista disso foi dada pela entrevista do deputado federal eleito pelo PSOL, Guilherme Boulos, ao Programa Roda Viva, na qual rechaçou eventual participação de Henrique Meirelles em um ministério de Lula e reforçou a visão que está no plano de governo do PT, que repudia o teto de gastos.
Vamos inverter o sinal da equação e imaginar que a senadora tivesse aderido à candidatura de Jair Bolsonaro. Seria o mesmo que, em nome de atrair os eleitores do centro, dizer ao presidente que não estimule seus voluntários a sair de casa vestidos de cor amarela. A chance de isso acontecer também seria próxima de zero.