Circula nas redes sociais um vídeo em que o ditador venezuelano Nicolás Maduro ordenaria à Guarda Nacional Bolivariana a execução de manifestantes. No entanto, a alegação é falsa e foi escolhida a Fake da Semana. O vídeo viralizado possui um áudio manipulado. A fala do soldado é verdadeira, mas a interpretação de que Maduro ordena mortes é mentirosa – não que o regime deixe de prender sem justificativa e que manifestantes acabem baleados pela polícia e milícias chavistas. Havia 24 mortes registradas até quinta-feira (8).
A versão original do vídeo, publicada no perfil oficial de Maduro no X em 31 de julho, revela que o presidente critica os protestos e menciona a prisão de mais de 1,2 mil pessoas, mas sem citar execuções. Quando um oficial informa Maduro sobre a detenção de dois jovens armados, este ordena que as prisões sejam mantidas. Em seguida, o dirigente faz uma crítica aos manifestantes, acusando-os de incendiar um hospital (sem provas). Ele também menciona, sem comprovar nada. que os opositores teriam recebido treinamento nos Estados Unidos, Colômbia, Peru e Chile.
A fake
O original
O vídeo sem adulterações mostra o Hospital Periférico Dr. Miguel Ángel Rangel, conhecido localmente como Hospital de Coche. Uma análise confirma que o vídeo foi gravado na Avenida Intercomunal del Valle, próximo ao hospital.
Esse tipo de desinformação é comum em meio aos confrontos políticos venezuelanos depois que os resultados das eleições de 28 de julho deixaram de ser apresentados e os dois lados se declaram vencedores. Opositores são presos sem justificativas e a justiça eleitoral do país é controlada diretamente pelo líder despótico. O portal de checagem Lupa, junto com veículos internacionais, como Maldita e Univision, verificaram conteúdos semelhantes e desmentiram informações falsas.