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“Quem pratica assédio não permanece no governo”, afirma Lula

Contudo, presidente reforça necessidade de investigação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que qualquer pessoa envolvida em casos de assédio “não vai permanecer no governo”, ao comentar as recentes acusações contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O ministro foi acusado de assédio sexual, incluindo uma possível denúncia por importunação sexual pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

As acusações vieram à tona após uma reportagem do portal Metrópoles, publicada nesta quinta-feira (5). Em comunicado, a ONG Me Too Brasil divulgou as alegações de forma anônima, reforçando a gravidade do caso. Em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia, Lula enfatizou sua postura contrária à violência contra as mulheres e indicou que Almeida dificilmente continuará no governo. “Eu não posso permitir que haja assédio. Nós vamos investigar corretamente, mas a permanência [de Almeida] no governo comprometeria nosso discurso de defesa das mulheres e dos direitos humanos”, afirmou o presidente.



O que MR publicou

O destino de Silvio Almeida será definido em reunião nesta tarde, quando Lula chegar a Brasília. O presidente se reunirá com o Controlador-Geral da União, Vinicius Carvalho, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Em seguida, Lula deverá se encontrar com Anielle Franco e Silvio Almeida para discutir o caso.

Apesar de sinalizar a possível saída do ministro, Lula ressaltou que é fundamental garantir o direito à defesa e a presunção de inocência. “Eu só tenho que ter o bom senso: é preciso que a gente permita o direito à defesa”, afirmou o presidente. Pela manhã, os ministérios envolvidos, incluindo o da Justiça e o das Mulheres, realizaram uma reunião no Palácio do Planalto a pedido de Lula.

Silvio Almeida, por sua vez, nega as acusações e afirmou em nota que solicitará uma investigação formal do caso. Ele informou que encaminhará ofícios à Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Procuradoria-Geral da República para apuração cuidadosa.

Até o momento, Anielle Franco não se pronunciou. O Ministério das Mulheres, por meio de comunicado, pediu que as denúncias sejam investigadas com atenção e respeito às vítimas.

Lula também comentou uma foto postada pela primeira-dama, Rosângela da Silva (Janja), onde ela aparece dando um beijo em Anielle Franco. Segundo o presidente, a imagem é um “gesto inequívoco de solidariedade entre as mulheres”.

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