Com a consolidação do segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), boa parte dos brasileiros têm uma certeza: a partir de 1º de janeiro de 2019, o Brasil vira uma Venezuela, ou seja, um país dominado por uma ditadura populista que vai desmontar as instituições, acabar com as liberdades individuais e solapar a economia. Só há uma dúvida: quem será o presidente que liderará o país nesse processo. Para os antipetistas, a vitória de Haddad significará uma ditadura de esquerda. O temor é que um governo petista provoque uma tragédia econômica, com aumento desenfreado dos gastos públicos, controle de preços e da produção. O efeito seria inflação desenfreada, desabastecimento e desemprego em massa – tudo que existe na Venezuela. No campo político, os antipetistas se preocupam com o controle da imprensa, do judiciário, da Polícia Federal e do Ministério Público, ou seja, o fim da Lava Jato.
Já os eleitores que nutrem ojeriza a Bolsonaro não temem tanto um desarranjo econômico. No caso do ex-capitão do Exército, o temor é um aumento da intolerância contra minorias (gays, mulheres e negros e índios); e, claro, um recrudescimento do autoritarismo que, segundo esses eleitores, resultaria no fechamento do Congresso, repressão à oposição e elaboração de uma nova Constituição (sem Constituinte), como ocorreu na Venezuela.
De fato, os sinais dados por ambos os candidatos não dão margem a brasileiro nenhum se sentir seguro quanto à continuidade da democracia. De todo modo, há um exagero nas profecias, não?