Jornais estrangeiros repercutiram com destaque a prisão do ex-presidente Lula. As matérias apareceram em áreas de destaque nas versões online.
O jornal britânico Guardian adotou uma linha favorável ao ex-presidente. A matéria destacou a resistência de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos e o apoio que ele recebeu dos simpatizantes. O jornal, conhecido pelas tendências liberais (que no Reino Unido o coloca mais à esquerda), disse que a prisão de Lula afeta o projeto político de inclusão e justiça social que Lula implantou no seu governo e implantaria caso fosse reeleito em 2018. E citou que a prisão de Lula ocorreu num ritmo muito mais rápido do que outros condenados envolvidos na Operação Lava Jato enquanto outros políticos permanecem soltos.
O New York Times afirmou, logo nas primeiras linhas, que a prisão é uma “reviravolta ignominiosa na notável carreira política de Lula, filho de trabalhadores rurais analfabetos que enfrentaram os ditadores militares do Brasil como um líder sindical e ajudou a construir um partido de esquerda transformador que governou o Brasil por mais de 13 anos.” Como o Guardian, deu destaque à ideia de que Lula foi um combatente da desigualdade e injustiça social. O jornal citou cientistas políticos que questionam a democracia e a lisura da prisão de Lula, mas mostrou visões opostas, como a do ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB).
Já o Financial Times, tido como mais conservador, ressaltou que Lula foi “um entre dezenas de políticos, empresários e negociantes do mercado negro que estão sendo investigados ou processados como parte da investigação” liderada pelo juiz Sergio Moro.