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Poluição plástica é desafio para as nações

Conferência dos Oceanos avalia como reverter a degradação dos mares, também afetados por pesca predatória e efeitos climáticos

Os mares são vitais para sustentar a vida no planeta, mas estão com a saúde em risco, alerta a Organização das Nações Unidas (ONU), que nesta segunda-feira (27) deu início à 2ª Conferência dos Ocanos, em Lisboa. O evento reunirá delegações para discutir como lidar com as ameaças marinhas durante os próximos dez anos.

São esperados mais de 7 mil participantes de mais 140 países, além de 38 agências e organizações especializadas. Aguarda-se a presença de pelo menos 16 chefes de estado, incluindo os de Angola, Colômbia, Líbia e Noruega. Emmanuel Macron, presidente da França, confirmou presença.

A conferência surge em um momento crítico, uma vez que o mundo procura abordar muitos dos problemas profundamente enraizados, exacerbados pela pandemia da covid-19 e pela guerra, o que exigirá grandes transformações estruturais e soluções comuns partilhadas ancoradas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No caso dos oceanos, o foco está no ODS 14, Vida no Mar, que inclui compromissos como a redução da poluição marinha até 2025.

Durante a conferência, governantes, empresários e cientistas vão discutir as melhores soluções para interromper a rápida degradação dos oceanos. Segundo o relatório Estado do Clima Mundial, da Organização Meteorológica Mundial, em 2021, os oceanos atingiram os níveis mais quentes e mais ácidos de todos os tempos.

Os principais desafios são:

  • Poluição por plásticos
  • Desenvolvimento da economia do mar
  • Acidificação do oceano
  • Elevação dos níveis do mar
  • Pesca predatória
Plástico poluindo

Segundo a ONU, os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e concentram “cerca de 80% de toda a vida terrestre”, além de “gerar 50% do oxigênio que necessitamos e absorverem 25% de todas as emissões de dióxido de carbono”. Mais de 800 espécies marinhas e costeiras são afetadas por esses plásticos, seja pelo risco de emaranhamento no lixo, seja por mudanças no seu habitat. Em retribuição, os seres humanos depositam, por ano, mais de 11 milhões de toneladas de plásticos nos oceanos, como destacou na conferência o ministro da Economia e do Mar de Portugal.

Uma das metas globais da Agenda 2030, assinada pelo Brasil, é “prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos” até o ano de 2025. No entanto, um relatório do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030, publicado no ano passado, mostrou que o Brasil não avançou em nenhuma das metas estabelecidas no acordo assinado com a ONU.

O documento avalia que, desde a assinatura do acordo, o Brasil retrocedeu na meta de reduzir a poluição dos mares, por conta do baixo índice de tratamento de esgoto e do aumento no despejo de resíduos sólidos no mar.

Pesca predatória

Além da poluição dos mares, a pesca excessiva é um problema que precisa ser combatido em todos os continentes. Os efeitos desta sobrepresca no meio ambiente podem levar décadas para serem revertidos. A longo prazo, a pesca predatória diminui as espécies de peixes em níveis biologicamente sustentáveis. Segundo a ONU, a análise mais recente sobre este tema mostrou que o estoque de peixes em patamares sustentáveis diminuiu de 90% do total, em 1974, para apenas 67% em 2015. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mais de um terço dos cardumes presentes no oceano está sendo pescado em excesso atualmente.

Segundo um relatório do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030, a meta de acabar com a pesca predatória no Brasil “segue em retrocesso devido à falta de uma política nacional de combate à sobrepesca”. “O país não quantifica efetivamente os estoques e esforço de pesca”, detalhou o relatório.

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