Deliberação final sobre a venda de ativos deve ser discutida em assembleia geral de acionistas marcada para segunda (27)
Petroleiros fazem paralisação nacional nesta sexta-feira (24) contra possíveis privatizações de ativos que podem ocorrer na Petrobras. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), representação sindical nacional da categoria, uma assembleia geral ordinária (AGO) de acionistas deve tratar do tema na segunda -feira (27).
Os atos estão sendo realizados em refinarias e bases petrolíferas em diversos estados brasileiros. Conforme divulgado pela FUP, uma das principais reivindicações é o cumprimento do pedido do governo de suspensão das vendas de ativos da Petrobras por 90 dias.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, afirma que após a pressão do movimento sindical petroleiro, a Petrobras indicou a nova diretoria, isso, porém, não trouxe a confirmação de que a venda de ativos seja cancelada.
“Manteremos a paralisação nacional na sexta-feira e o calendário de assembleias para deliberar o estado de greve, porque, embora a gente tenha conseguido um avanço em relação à definição da diretoria, ainda precisamos garantir a suspensão das privatizações em curso”, diz.
O objetivo da reunião foi discutir os objetivos da paralisação que ocorrerá amanhã, sexta-feira (24/03), com o intuito de buscar uma mudança definitiva em toda a gestão da Petrobrás e a suspensão das vendas de ativos aprovadas pela gestão bolsonarista da empresa.
— Deyvid Bacelar (@deyvidbacelar) March 23, 2023
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Venda da estatal
Na sexta passada (17), a diretoria da Petrobras aprovou a continuidade da venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Cerá, e dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, na contramão da orientação do Ministério das Minas e Energia.
A decisão sobre os processos de privatização que tiveram início na gestão de Bolsonaro e ainda não foram concluídos será pauta da próxima reunião do conselho de administração da Petrobras, por meio da assembleia geral ordinária dos acionistas.
O movimento sindical petroleiro também cobra que o governo Lula assuma, de fato, o controle da Petrobras.
Reajuste de salários
O conselho da Petrobras aprovou, nesta semana, proposta de reajuste nos salários do presidente, de diretores e de conselheiros da estatal. O aumento na remuneração seria de 43,88%. A proposta também será avaliada pela assembleia de acionistas da segunda.
Caso aprovado, o aumento será sobre a remuneração fixa. Atualmente, o salário do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é de cerca de R$ 116 mil – com o reajuste, passaria para quase R$ 167 mil.
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