Segundo o economista, ‘suposto convite’ para ocupar ministério ‘não passa de um devaneio de algumas agências de notícias’
O economista Persio Arida disse nesta sexta-feira (25) não ter intenção de assumir cargos no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Em declarações ao jornal “Folha de S.Paulo”, o economista, que nesta semana teve o nome cotado para o Ministério do Planejamento, negou ter recebido convite formal para a área econômica.
“Por razões pessoais, pelo meu momento de vida, não tenho intenção alguma de ter cargos em Brasília”, declarou Arida à publicação. A informação de que ele pudesse assumir o Planejamento ou a secretaria-executiva da Fazenda agradou o mercado financeiro nesta semana.
“Esse suposto convite não passa de um devaneio de algumas agências de notícias. Foi difundido e a quimera acabou sendo tomada como se verdade fosse. O fato é que não recebi nenhum convite ou qualquer sondagem para ser Ministro do Planejamento ou da Fazenda”, afirmou o ex-presidente do Banco Central e um dos formuladores do Plano Real.
Arida integra o grupo técnico da área econômica na equipe de transição do governo eleito, ao lado do ex-presidente do BDNDES André Lara Resende, do ex-ministro Nelson Barbosa e do economista Guilherme Mello. Até o momento, Lula não anunciou nomes para seu futuro governo.
Questionado sobre sua avaliação da PEC da Transição, Arida disse que é preciso ter um “critério que compatibilize a responsabilidade social com a responsabilidade fiscal” e, segundo seus cálculos, o valor seria “substantivamente menor” ao apresentado na versão inicial, de R$ 198 bilhões.
O texto, ainda em formulação, tenta aprovar mais espaço no Orçamento para assegurar o cumprimento de promessas de campanha, como os R$ 600 do Auxílio Brasil e o reajuste do salário mínimo. O valor final e o prazo de validade do que ficaria fora do teto estão em negociação com o Congresso.
“Para 2023, o critério que proponho é manter os gastos públicos constantes em relação ao PIB”, afirmou Arida, que também defende a necessidade de discutir uma alternativa ao teto de gastos. Na entrevista, o economista estima em R$ 135 bilhões como um valor estimado para ficar fora do teto. “Se não houver uma revisão do PIB de 2021 e supondo um crescimento de 2,5% do PIB no ano que vem”, disse. Para ele, essa autorização para o gasto adicional deveria ser por dois anos.