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Moraes não fraudou o cartão de vacinas de Bolsonaro

PF apurou que a ordem para a falsificação partiu do então presidente Jair Bolsonaro (PL)

Circulam nas redes sociais alegações não que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria ordenado a falsificação dos dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sua filha. A fraude permitiu que eles permanecessem nos EUA após o vencimento do visto diplomático, após o final de seu mandato. Segundo as postagens, a ordem foi dada ao ex-secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, que supostamente teria confessado o ato. Um áudio afirma: “Foi o João Carlos Brecha. Confessou que, a mando do Alexandre de Moraes, ele falsificou o cartão de vacina do Bolsonaro e da filha dele.” Contudo, essa afirmação é maliciosamente incorreta e foi escolhida a Fake News da semana.

No âmbito das investigações do caso, a Polícia Federal (PF) já havia apurado que a ordem para a falsificação teria partido do próprio Bolsonaro. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, confirmou à PF que foi o então presidente quem deu as instruções para que os registros de vacinação fossem adulterados, o que configura crime.

João Carlos de Souza Brecha, ex-secretário de governo de Duque de Caxias, foi apontado pela PF como responsável pela inserção das informações falsas no sistema do Ministério da Saúde. Ele também adulterou os registros de vacinação de Laura Bolsonaro, de Mauro Cid e de seus familiares. Não há qualquer evidência de que Brecha tenha atribuído a Alexandre de Moraes a ordem para cometer a fraude.

A investigação da PF sobre as fraudes indiciou 17 pessoas, incluindo Bolsonaro, Brecha, Cid e o major reformado do Exército, Ailton Barros, que teria intermediado o processo com autoridades de Duque de Caxias.

Vídeo foi retirado do ar assim que denunciado como fake news por agências de checagem

Entenda o esquema

De acordo com a PF, Brecha teria acessado o aplicativo ConecteSUS, associado ao Sistema Único de Saúde (SUS), para emitir os certificados de vacinação falsos. Um dos certificados emitidos foi o de Jair Bolsonaro, em 30 de dezembro de 2022, no mesmo dia em que o ex-presidente viajou para os Estados Unidos, onde permaneceu por três meses após sua derrota nas eleições de 2022.

João Carlos Brecha foi preso em maio de 2023, mas teve sua prisão revogada em 19 de setembro de 2024, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Também foram soltos: Ailton Barros, Luís Marcos dos Reis e Sérgio Rocha Cordeiro.

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