Quase 3,3 milhões de norte-americanos entraram com pedidos de seguro-desemprego na última semana, de acordo com o Departamento do Trabalho. É quatro vezes mais que o maior registro até hoje e supera em 282 mil as solicitações do período imediatamente anterior. As autoridades acreditam que se trata de um reflexo direto da pandemia e das diretrizes do governo, que forçaram o fechamento do comércio, escolas e empresas, paralisando boa parte da economia.
De acordo com uma estimativa baseada em pesquisas do Google, o desemprego na atual semana pode chegar a 4,7 milhões. A análise é dos economistas Paul Goldsmith-Pinkham, de Yale, e Aaron Sojourner, da Universidade de Minnesota. Se a tendência se mantiver, é provável que ocorra a perda de mais de 26 milhões de postos de trabalho nos próximos meses. Essa marca é considerada fundamental, pois superaria o patamar atingido na esteira da crise de 2007. Só que desta vez a taxa pode ser mais acelerada.
O tamanho do estrago só começará a ser conhecido em 8 de maio, quando o Departamento do Trabalho divulgará os dados e a taxa oficial de desemprego que cobrem o início do lockdown. Sem contar que o pacote de auxílio do governo pode ter distorcido a busca pelo seguro-desemprego.
Em termos estatísticos, os analistas admitem que enfrentam dificuldades, pois as metodologias não foram configuradas para rastrear uma desaceleração tão acentuada e rápida. Os estudos são feitos comparando anos e meses, jamais semanas e dias. Por isso, os levantamentos devem seguir de modo parcial, com dados de movimentação de cartões de crédito, vendas ao varejo e até tráfego nas redes sociais.