Presidente nacional do PT assume a vaga de Alexandre Padilha, que assume o Ministério da Saúde. Haddad ficaria pressionado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (2) a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. É segunda troca da reforma ministerial esperada para este ano. A pasta é responsável pelas negociações do governo com os demais Poderes, principalmente o Congresso. Hoffmann assumirá o lugar deixado por Alexandre Padilha, indicado para assumir o Ministério da Saúde. A posse da presidente nacional do PT está prevista para 10 de março, depois do Carnaval.
Nos bastidores, as conclusões iniciais são que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ficaria pressionado. Próxima do presidente, Gleisi é da corrente petista que defende a manutenção dos gastos públicos para manter a economia aquecida, o que vai de encontro ao proposto pela Fazenda e pelo Banco Central. O passo seguinte deve ser Lula colocar integrantes do Centrão em outras pastas.
“A companheira e deputada federal Gleisi Hoffmann vai integrar o governo federal”, anunciou Lula nas redes sociais. “Vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados”, completou.
A troca de Nísia Trindade por Alexandre Padilha deu o pontapé na reforma ministerial de Lula, ensaiada pelo Palácio do Planalto nas últimas semanas. O presidente indicou que a mudança acontece com o intuito de atrair um perfil mais agressivo para a Saúde.
A SRI é responsável pela articulação do governo, em especial com o Congresso Nacional. Nesse posto, Alexandre Padilha foi duramente criticado por não ter interlocução com diferentes espectros políticos e ser apontado como opositor de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Gleisi assume a articulação do governo em um momento delicado, quando Lula tem colecionado quedas nas pesquisas de aprovação do terceiro mandato e precisa buscar formas de reconquistar o eleitorado.