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Lula coreografa seus erros no Dia do Trabalho

Ele pode ter animado a campanha de Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura de São Paulo, apesar da falta de público no Itaquerão. E o psolista que se vire com a Justiça Eleitoral

Com a corrida à prefeitura de São Paulo em ritmo lento até para uma pré-campanha e os principais candidatos estacionados nas pesquisas, com Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB) se alternando na liderança, mas mantendo empates estatísticos, quem criou algum fato político foi o presidente Lula (PT). Em evento pela celebração do Dia do Trabalho, em um estádio do Corinthians esvaziado, mas com a Petrobras patrocinando as centrais sindicais, o presidente classificou o pleito vindouro como “verdadeira guerra”. Ele pediu mobilização e votos para Boulos, provocando uma reação quase automática.

O MDB do prefeito Ricardo Nunes classificou o ato como propaganda eleitoral antecipada – para zero surpresa. Nunes e o governador paulista Tarcísio de Feitas (Republicanos) foram convidados, mas cancelaram. A justificativa seriam as certeiras vaias que receberiam. Em nota, o presidente do diretório municipal do MDB, Enrico Misasi, tentou ser contundente. “A ousadia de Lula num ato esvaziado e com público controlado é mais um alerta aos paulistanos: não podemos deixar que São Paulo sirva de trampolim para o projeto de poder que a extrema esquerda tem para o Brasil”, divulgou.

A assessoria de Boulos rebateu, afirmando Nunes é quem faz propaganda antecipada em atos da prefeitura: “Ele é quem deve explicações à sociedade”. A gritaria deve se manter na semana.

Por trás disso, MONEY REPORT apurou o que teria movido Lula a arriscar cometer crime eleitoral. Petistas próximos de Boulos afirmam que há um distanciamento das cúpulas estadual e municipal da campanha psolista. A manutenção da máquina partidária petista em marcha lenta com o aliado se daria por dois motivos que desagradam ao presidente. Como Boulos não é PT, ele que se vire, pensariam alguns. Além disso, há resistências contra Marta Suplicy como vice na chapa da esquerda. Muita gente em diferentes escalões do partido não suporta a ideia de apoiar quem saiu da sigla às vésperas da pior hora e votou pelo impeachment de Dilma só para voltar compondo chapa – o fato dela ter sido prefeita de relativo sucesso é deixado de lado.

Os descontentes precisam lembrar que Lula manda no partido, simpatiza com Boulos, mantém boas relações com Marta e agora botou a cara a tapa na campanha. O preço além das críticas seriam multas facilmente compensadas pelos votos que o presidente pode trazer sem grande esforço – mas em momento que luta para melhorar sua popularidade mediante resultados econômicos nem sempre percebidos pelo eleitorado. Resta saber se Lula se manterá presente em eventos partidários – o que geraria eventuais representações na Justiça Eleitoral.

Essa movimentação exigiria mais ação – e exposição – de Nunes em uma corrida que mantém atiçada a polarização ideológica. Esse caminho seria indesejado para o prefeito de São Paulo, que age para firmar alianças, o que lhe angaria verbas e militância. Partir para o embate aberto mais cedo significaria desgaste para Boulos e Nunes, mas também daria tempo para ambos corrigirem suas rotas em busca de votos.

Nessa somatória, o detalhe de palanque relegado foi o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), protegendo a calva com um boné da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O ex-tucano é apoiador da terceira colocada, Tabata Amaral (PSB), que vê a confusão de uma posição distante, enquanto espera a hora para ir à luta política.

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