O procurador da República Roberson Pozzobon, membro da força-tarefa da Lava Jato, disse em entrevista ao Estadão que a operação terá novas fases em 2019 e que medidas importantes devem ser tomadas ainda antes do Carnaval. “A operação Lava Jato segue a pleno vapor. Costumamos usar uma expressão dentro da força-tarefa que nós temos em ascensão, que a ponta do avião está para cima. Não estamos em programa de pouso. Há uma série de fatos a investigar”, afirmou. Segundo Pozzobon, a Lava Jato se consolidou em 2018 como um modelo de investigação. Ao Estadão, o procurador destacou que o esquema apurado na Petrobras se repetiu em governos estaduais e municipais. “No início da operação, quando nossa competência estava exclusiva em torno da Petrobras e os dados e provas ainda eram limitados, investigávamos corrupção na maior estatal federal brasileira. Sendo uma estatal federal e que um partido estava no poder há mais de uma década, é natural que os grandes mentores, grandes corruptores e corrompidos estivessem vinculados ou pagando propinas à situação, no governo federal, que envolvia determinados partido, PT, PP e MDB, principalmente. Com o avançar da operação, pessoas jurídicas, executivos e os próprios agentes públicos ficaram expostos e procuraram na celebração de acordos de colaboração e acordos de leniência, menorar suas penas. A colaboração é uma técnica de defesa também. Nesse contexto, foi uma condição imposta por nós que eles não só revelassem fatos que estávamos investigando na Petrobras, mas também outros ilícitos que eles praticaram em governos estaduais, municipais, entre outros”, completou.