Em entrevista a MONEY REPORT, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirma que a pressão popular vai definir as decisões de seu mandato. O parlamentar, que ganhou destaque como apresentador e comentarista esportivo, fala da conturbada sessão para a escolha do presidente da Casa e também qual será a sua posição em relação ao governo Jair Bolsonaro (PSL). Confira a seguir os principais trechos:
A eleição para a presidência do Senado foi marcada por muita confusão. O senhor imaginava esse clima já no primeiro dia de trabalho?
Fiquei decepcionado. Esse episódio é para ser esquecido e tirado do anais do Senado para ninguém assistir. Apesar do fato lamentável, a minha impressão mudou nos dias seguintes. As discussões passaram a ser mais respeitosas. Percebo uma evolução. Depois das divergências, as ideias começaram a ser debatidas.
Qual a sua visão sobre o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que venceu a disputa?
Vejo nele uma pessoa preparada e aberta ao diálogo. Capaz de conduzir as votações com serenidade. Ele também se comprometeu a acabar com o voto secreto.
Como classifica a derrota de Renan Calheiros (MDB-AL)?
Não tenho nada contra ele. Mas o Senado não podia continuar do jeito que estava. Havia uma sensação de que estava sendo comandado por uma capitania hereditária.
Qual será a sua posição em relação ao governo Jair Bolsonaro?
Não tenho nada com o governo. Meu compromisso será com o eleitor. Assim como fiz na eleição para a presidência do Senado, pretendo realizar enquetes e votar conforme o desejo da maioria.
Como será esse sistema?
Será por meio de um aplicativo, que vai exigir um cadastro rigoroso para impedir a ação de robôs e possíveis manipulações.
Todas as suas decisões serão com base em enquetes?
Não. Apenas as principais, como a reforma da Previdência, e demais temas polêmicos.
O que o senhor considera polêmico?
Pautas em que as redes sociais estão reagindo e participando ativamente. Hoje se conversa muito sobre política, o que é bom. Isso é uma mudança histórica no país que só discutia futebol. A pressão popular vai ser fundamental para a tomada de decisões dos políticos.
Qual a sua avaliação sobre a reforma da Previdência?
O Senado vai ter o papel de colocar maturidade na discussão. Avalio que a reforma é urgente e necessária. Mas temos que discutir todos os detalhes. Então pretendo ouvir a população para poder sair de cabeça erguida nas ruas.
Quais serão os pilares do seu mandato?
Educação e saúde. Parlamentar que ignora esses dois temas tem que voltar para casa. Pretendo dar atenção também ao meio ambiente, atuando pela revitalização dos rios Araguaia e Tocantins. Precisamos dar um basta na precariedade que o país passa. Os parlamentares precisam fiscalizar e cobrar providências do governo.