Investigação apurava gravação entre o empresário Joesley Batista e o ex-presidente Michel Temer. “Tem que manter isso, viu?”
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou o trancamento de um inquérito da Polícia Federal (PF) contra o ex-deputado Eduardo Cunha, por suspeita de recebimento de propina. Com a medida proferida, a investigação não pode prosseguir. A decisão foi tomada pela 3ª Turma do TRF-1 em 22 de junho, mas só foi publicada nesta semana.
A decisão não significa uma absolvição de Eduardo Cunha, uma vez que sequer houve apresentação de denúncia à Justiça. A investigação, aberta em 2017, apurava uma gravação de conversa entre o empresário Joesley Batista e o ex-presidente Michel Temer. “Tem que manter isso, viu?”, dizia o ex-presidente. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a fala seria relativa a pagamento de propina a Eduardo Cunha.
O relator do caso, desembargador Ney Bello, justificou uma correlação nos processos de Temer e Cunha. “Não há dúvida, portanto, de que se trata de fatos processuais que possuem a mesma origem, e de circunstâncias que se comunicam, pois estão relacionadas ao mesmo diálogo ocorrido entre Joesley Batista e Michel Temer”.
No pleito deste ano, Cunha pretende novamente se candidatar a deputado federal por São Paulo, agora no PTB.