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Justiça ordena prisão de ex-líder do PL por estupro das netas

José Renato da Silva foi condenado a 40 anos de prisão por atacar em 969 ocasiões suas netas, repetindo o que fez com a filha décadas antes. Ele pode ser encarcerado a qualquer momento

A 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) manteve de forma unânime a sentença em primeira instância que condenou por estupro José Renato da Silva, conhecido como Zé Renato, ex-vice-presidente estadual do Partido Liberal (PL) e ex-presidente da Câmara Municipal de Suzano (SP). Com isso, a Comarca de Suzano expediu um mandado imediato de prisão contra ele para que comece a cumprir sua pena. A decisão foi publicada nesta terça-feira (20) pela Justiça, que condenou o político a 40 anos de prisão em regime fechado pelo estupro continuado de duas netas. Décadas antes ele havia praticado o mesmo crimes contra a própria filha – que denunciou o caso após perceber o que se repetia e vencer os bloqueios psicológicos sofridos.

Zé Renato era considerado um dos braços mais fortes de Valdemar Costa Neto, dono do PL, e do presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), o deputado André do Prado (PL), onde ocupou cargo de chefia em seu gabinete. Diante das denúncias, Zé Renato foi afastado do partido no início de julho de 2022. Com a condenação ratificada pelo desembargador Cassiano Ricardo Zorzi Rocha, o réu é considerado foragido da Justiça, exceto que haja decisão para a suspensão do mandado. Caso ele entre em regime fechado, deverá ser transferido para a Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos (SP), onde agressores sexuais costumam cumprir pena.

Desde que o caso se tornou público, Zé Renato se mudou para São José dos Campos, onde possui um imóvel. Ele costumava voltar à Suzano a fim de participar de reuniões políticas noturnas enquanto o processo corria. Por segurança e para não ser reconhecido, Zé Renato raspou o bigode – sua marca registrada nas décadas de vida política.

Procurado pela reportagem, o advogado do condenado, Denis Souza do Nascimento, negou que seu cliente tenha recebido ordem de prisão em seu desfavor. “O acusado esteve e está em liberdade”, afirmou.

MONEY REPORT apura as denúncias contra ele desde antes de surgirem publicamente. O caso despontou em abril de 2022 na forma de um episódio de violência doméstica. A partir daí surgiram os indícios de estupro, mas as proporções eram ignoradas. A denúncia partir da filha de Zé Renato, Cíntia Lira da Silva, então secretária municipal em Suzano. Ela percebeu alterações no comportamento das filhas. Por suspeita, proibiu o pai de visitá-las sem sua presença. Mesmo assim, o avô esteve com as netas enquanto Cíntia viajava de férias. A partir daí, criou coragem para ir a público com o apoio de sua mãe, avó das crianças e ex-esposa do condenado.

O que causou estranheza foi a demora de um ano para que Zé Renato prestasse depoimento perante um juiz. A denúncia e as investigações apontaram que o avô obrigava as netas a acariciarem seus genitais enquanto ele tocava as partes íntimas das meninas. A Justiça dispensou a realização de exames de corpo de delito por considerar “insuficiente a autoria de materialidade delitiva” por não haver indícios de agressões em função do tempo decorrido. Porém, as investigações, depoimentos e descrições das agressões sistemáticas trouxeram certeza à Justiça, que contabilizou 969 ataques.

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