Os empresários e irmãos Joesley e Wesley Batista foram autorizados a reassumir suas funções de comando no grupo J&F, que é alvo de investigações em casos de corrupção. A ordem partiu da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no final da tarde de terça-feira (26).
Ambos também poderão voltar a operar no mercado financeiro. As restrições haviam sido impostas pelo próprio STJ, em fevereiro de 2018, diante da suspeita que teriam cometido crimes contra o mercado financeiro ao utilizarem informações privilegiadas, ao mesmo tempo em que delatavam crimes envolvendo políticos no âmbito da Operação Lava Jato, em 2017.
A defesa dos irmãos Batista havia pedido a retirada das restrições alegando que o afastamento deles das decisões estratégicas teria o potencial de comprometer a sobrevivência do grupo durante a pandemia. O relator do caso, ministro Rogerio Schietti, acolheu esse argumento da defesa. O ministro destacou ainda não haver notícia de que os dois tenham tentado atrapalhar as investigações e que diversas providências de compliance foram tomadas para prevenir que crimes voltem a ser cometidos no grupo J&F.
Os dois fecharam acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) e se comprometeram a pagar R$ 10,3 bilhões à União. Ainda assim, Joesley e Wesley continuam alvo de uma ação penal do Ministério Público Federal (MPF) por corrupção.