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Guerra fria — e fedida — de balões coreanos

A prática de lançar panfletos e outros materiais por balões entre as Coreias remonta à Guerra da Coreia na década de 1950

MONEY REPORT escolheu como Imagem da Semana as centenas de balões carregados de lixo e fezes que a Coreia do Norte enviou para a Coreia do Sul, revivendo memórias de uma longa guerra de propaganda entre os dois países. Na noite de terça-feira (28), pelo menos 260 balões com sacos plásticos cheios de resíduos foram encontrados no Sul, levando as autoridades sul-coreanas a pedir aos moradores que permanecessem em casa.

Este incidente ocorre dias após a Coreia do Norte ameaçar retaliar contra a distribuição de panfletos anti-Pyongyang por grupos sul-coreanos.

A prática de lançar panfletos e outros materiais por balões entre as Coreias remonta à Guerra da Coreia na década de 1950. Durante o conflito, as forças da ONU lançaram panfletos sobre o Norte como parte da guerra psicológica. Quando o armistício foi assinado em 1953, cerca de 2,8 bilhões de folhetos haviam sido lançados, com a Coreia do Sul e as forças da ONU responsáveis pela maior parte.

A Coreia do Norte enviou este panfleto ao Sul — era, segundo eles, o ‘certificado de garantia de segurança da República Popular Democrática da Coreia

Os panfletos de ambas as Coreias criticavam os líderes e governos adversários. Nos anos 1960 e 1970, a Coreia do Norte destacou o desenvolvimento de Pyongyang e as conquistas de Kim Il-sung. Já a Coreia do Sul, especialmente durante as Olimpíadas de Seul em 1988, aproveitou a deterioração das condições econômicas do Norte em sua propaganda.

Panfleto sul-coreano promovendo a participação dos países comunistas nas Olimpíadas de Seul em 1988

Foto de uma modelo conhecida e promessas de recompensas para quem chegasse do Norte — esta mensagem foi enviada pela Coreia do Sul aos norte-coreanos na década de 1980

Períodos de trégua e retomada

Após acordos intercoreanos em 1991 e 2000, as atividades de distribuição de panfletos foram oficialmente suspensas. Entretanto, as tensões ressurgiram durante o governo do presidente sul-coreano Lee Myung-bak, e a prática foi retomada. Desde a década de 2000, grupos civis sul-coreanos passaram a enviar panfletos e itens ocidentais para o Norte.

Este panfleto norte-coreano apresenta um personagem popular da dramaturgia sul-coreana, usado para criticar a política sul-coreana

Recentes acontecimentos e reações

A distribuição de panfletos aumentou após o naufrágio do navio Cheonan em 2010 e o quarto teste nuclear da Coreia do Norte em 2016. Em resposta, o governo sul-coreano retomou transmissões em alto-falantes na fronteira, incluindo notícias sobre violações de direitos humanos no Norte e músicas populares.

Apesar da Declaração de Panmunjom em 2018, que prometia cessar todos os atos hostis, grupos civis sul-coreanos continuaram a lançar panfletos. Kim Yo-jong, irmã de Kim Jong-un, advertiu que a continuidade desses atos poderia deteriorar ainda mais as relações intercoreanas.

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