Ganhos podem superar os US$ 5,4 bilhões que a Rússia arrecadou na Copa do Mundo de 2018
Mesmo enfrentando ameaças de boicote, o maior evento de futebol do mundo caminha para bater recorde de receita, com ganhos superiores aos US$ 4,6 bilhões estimados. A receita final tende a ultrapassar os ganhos de cerca de US$ 5,4 bilhões registrados na edição anterior, em 2018, na Rússia.
A Copa do Qatar começou no domingo (20), com a vitória do Equador sobre os donos da casa, no estádio Al Bayt, com capacidade para 60 mil pessoas. O evento se estenderá até 18 de dezembro. A final será no estádio Lusail, que comporta até 80 mil espectadores. Os ingressos para ambos os jogos estão esgotados.
A venda de ingressos corresponde a 15% da receita que a Fifa estima ter no Mundial. Somada a direitos de hospitalidade e receitas relacionadas, espera-se que renda US$ 500 milhões aos cofres da organização À frente estão os direitos de transmissão (US$ 3,80 bilhões) e de marketing (US$ 1,35 bilhão).
Ingressos
Até 17 de outubro, quando a Fifa divulgou números parciais do evento, 2,89 milhões de ingressos – de um total de 3,1 milhões – haviam sido vendidos para as 64 partidas do torneio. A demanda foi mais alta entre os torcedores do Qatar, Estados Unidos, Arábia Saudita, Inglaterra, México, Emirados Árabes Unidos, Argentina, França, Brasil e Alemanha.
De acordo com a federação, o torneio bateu o recorde de vendas de ingressos atrelados a serviços de hospitalidade, com 240 mil pacotes vendidos –63% deles para clientes internacionais. Além de ingressos, os pacotes incluem acesso a um lounge premium no Fifa Fan Festival, com comidas, bebidas e até acomodação.
Entradas “last minute” (último minuto) para algumas partidas estão à venda no site da FIFA.
Na Copa da Rússia, em 2018, a venda de entradas rendeu uma receita de US$ 541 milhões à Fifa. Já no Brasil, que recebeu a edição anterior, a entidade embolsou US$ 527 milhões.
Até a edição da África do Sul, em 2010, o dinheiro com a venda de ingressos não ia para a federação, mas sim para o comitê organizador do país sede. Naquele ano, segundo reportou a Fifa, a receita com a comercialização de bilhetes passou dos US$ 300 milhões.
Em termos de público, o recorde pertence aos EUA (1994), com 3,57 milhões de ingressos vendidos. Seguido pelo Brasil (2014), com 3,44 milhões, e Alemanha (2006), com 3,37 milhões.
No anúncio do balanço parcial da venda de ingressos, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, comemorou os resultados e elogiou o Qatar. “O mundo está animado. O Qatar está pronto. O palco está montado. Juntos, faremos a melhor Copa do Mundo de todos os tempos dentro e fora do campo”, disse.
Patrocínios
Os patrocínios também estão entre as principais fontes de receita para a realização do torneio. Estima-se que representem 29% do total em 2022, ou US$ 1,35 milhões.
As cotas de patrocínios são divididas em 3 grupos:
- Patrocinadores da Fifa: são os patrocinadores das atividades da entidade como um todo, não só na Copa do Mundo. Hoje, somam 7: Adidas, Coca-Cola, Wanda Group, Hyunday/Kia, Qatar Airways, QatarEnergy e Visa.
A lista foi fechada em março, com a adesão da empresa de gás natural QatarEnergy.
- Patrocinadores da Copa do Mundo – outras 7 empresas fecharam patrocínios especificamente para a Copa do Mundo do Qatar. São elas: Budweiser, Byju’s, Crypto, Hisense, McDonald’s, Mengniu e Vivo.
A Budweiser é a cerveja oficial da Copa do Mundo pela 2ª edição seguida. Para um contrato que garante exclusividade nos eventos, desembolsou cerca de US$ 75 milhões a cada 4 anos. No Qatar, no entanto, tem encontrado obstáculos incomuns.
Poucos dias antes do jogo de abertura, a fabricante de cerveja foi obrigada a realocar os estandes de venda da marca nos estádios. A Fifa proibiu a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e arredores. O Qatar tem uma população majoritariamente muçulmana, com leis e costumes baseados no Alcorão, livro sagrado do Islamismo. O acesso ao álcool é rigidamente controlado no país.
- Patrocinadores regionais – nessa modalidade, empresas exploraram o campeonato comercialmente dentro de territórios pré-estabelecidos. Na América do Sul, por exemplo, são 4: Claro, Nubank, UPL e Inter Rapidísimo.
A Copa da Rússia contou com 7 parceiros Fifa, 5 patrocinadores do evento e 8 apoiadores regionais. Em 2018, a receita com direitos de marketing representou 26% do total, ou US$ 1,66 bilhão.
Em contrapartida aos altos investimentos, as empresas que patrocinam o evento ganham visibilidade. Em 2018, a Copa foi vista por mais de 3 bilhões de telespectadores no mundo todo, sendo que mais de 1 bilhão de pessoas viram a final entre a campeã França e a Croácia, de acordo com a Fifa. A expectativa para 2022 é chegar aos 5 bilhões.