Após a condução conturbada da política externa brasileira, que chegou a afetar as relações com a Argentina e a China, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, perde o protagonismo e, aos poucos, dá lugar ao secretário especial de Assuntos Estratégicos da pasta, o vice-almirante Flávio Rocha, aponta reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira (16). Mesmo sem status de ministro, Rocha atua como representante do Brasil perante chineses e argentinos, com quem Araújo está desgastado.

O trabalho do almirante é considerado essencial nos bastidores do governo. Por ser um dos poucos interlocutores que o presidente Jair Bolsonaro dá real atenção, Rocha recebeu a alcunha de “02 do Itamaraty” – uma referência aos filhos do presidente. Além dele, os ministros Fábio Faria e Tereza Cristina, das Comunicações e da Agricultura, respectivamente, também tentam atenuar as crises causados pelo chanceler.

Apesar dos problemas, Bolsonaro não demonstra a intensão de trocar de ministro, já que Araújo segue o ideário do chefe do executivo. Mas tudo pode mudar. Rocha tem a seu favor uma postura mais aberta ao diálogo e as seguidas afirmações que não almeja uma carreira política, refutando o apelido de 02 do Itamaraty.