Por mais que o ministro jure inocência, há fortes indícios de corrupção e inação na cúpula de sua gestão na pasta
Pressionado pelo governo e colegas de legenda, o ministro da Previdência, Carlos Lupi apresentou sua demissão no final da tarde desta sexta (2). Ele foi atingido pela escândalo dos empréstimos e cobranças fraudulentas nas pensões e aposentadorias dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Uma bolada que pode superar R$ 7 bilhões ao longo dos anos. Foi descoberto que a direção do INSS e o próprio ministro sabiam das suspeitas e nada fizeram.
O ministro demissionário publicou uma carta explicando sua saída (abaixo). Em seu lugar, o Palácio do Planalto anunciou ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta.
O que MR publicou
- Lupi nega que tenha sido omisso com fraudes do INSS
- Lupi foi alertado sobre fraudes do INSS
- Fraudes no INSS forçam suspensão das mensalidades associativas
- Fraude bilionária no INSS: as perguntas que a PF precisa responder
- PF investiga fraude de R$ 6,3 bi no INSS. Presidente do órgão é afastado
— Carlos Lupi 🇧🇷🌹 (@CarlosLupiPDT) May 2, 2025

O caso já havia resultado na exoneração do então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de quatro dirigentes da autarquia e de um policial federal lotado em São Paulo.
Deputados de oposição protocolaram, na última quarta-feira (30), um requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os sindicatos envolvidos na fraude do INSS. Pressionado pela oposição, Lupi chegou a prestar depoimento durante sessão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, também da Câmara dos Deputados, realizada na terça-feira (29), mas sua permanência à frente da pasta acabou ficando insustentável.