Agora que o Supremo Tribunal Federal proibiu as conduções coercitivas – aquele processo em que as autoridades forçam suspeitos ou testemunhas a dar depoimentos com o uso da força policial – é preciso ver se juízes e procuradores vão respeitar mesmo esta decisão ou se vão criar subterfúgios para disfarçar essas ações.
Por que a preocupação? Em abril, a procuradora geral da República, Raquel Dodge, e o ministro STF, Luís Barroso, no âmbito da Operação Skala, criaram uma espécie de condução coercitiva cover. Na ocasião, a dupla mandou a Polícia Federal botar 13 suspeitos em cana. Depois do interrogatório do grupo, contudo, Dodge pediu a liberação dos detidos – e Barroso acatou o pedido.
Este tipo de interrogatório era utilizado apenas quando o intimado se recusava a prestar esclarecimentos à Lei. Depois da Operação Lava Jato, contudo, o expediente passou a ser empregado mesmo sem nenhuma intimação anterior. É por esta razão que o Supremo barrou a coerção de testemunhas e suspeitos.
Resta agora ver se as autoridades jurídicas vão driblar a proibição com variações sobre o tema criado na Operação Skala.