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Como o Brasil pode financiar exportações à Argentina

Trocas bilaterais seriam fechadas sem utilização do dólar, já que as reservas argentinas são de apenas US$ 7 bilhões. Interesse seria em fertilizantes e gasoduto

Com a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Argentina, está em andamento o lançamento de uma unidade de conta sul-americana para financiamento de exportações. O encontro oficial com o presidente argentino Alberto Fernandez ocorre nesta segunda-feira (23). A iniciativa descarta a criação de uma moeda comum – como fantasiosamente comentado de início – e seria mais uma estratégia do governo brasileiro para evitar conturbações na cena política e no mercado financeiro, ajudando o país vizinho e facilitando a vida dos empresários brasileiros em algum nível.

Os pontos de interesse imediato do governo brasileiro seriam fertilizantes e o gasoduto que levará xisto de Vacamuerta, na Argentina, ao Brasil. “Vamos criar as condições para fazer o financiamento que a gente puder fazer para ajudar no gasoduto argentino”, disse. O principal financiador seria o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto, nos fertilizantes que a Argentina tem, no conhecimento científico e tecnológico da Argentina”, afirmou.

Lula defende o financiamento à exportação de produtos brasileiros para a Argentina e vice-versa, já que no momento o Brasil importa produtos da Argentina, mas por causa das dificuldades econômicas, a recíproca não se cumpre. Neste caso, as trocas bilaterais poderiam ser feitas sem a utilização do dólar, já que as reservas internacionais da Argentina são de apenas US$ 7 bilhões. A cooperação contaria também com o apoio de bancos públicos e privados para financiar empresas argentinas que queiram comprar produtos brasileiros com o aval do Tesouro. Em contrapartida, o Brasil pede da Argentina a garantia de recebíveis dos contratos de exportação, por exemplo, de gás natural. O modelo pode funcionar, mas teria alcance limitado.

O operação já foi utilizada pelo Brasil com sucesso com Angola, uma importante exportadora de petróleo. Todavia, fracassou com Cuba, que em vez de açúcar, ofereceu charutos como garantia.

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