Ex-presidente foi presa e torturada pela ditadura militar em 1970; pedido de anistia havia sido feito em 2002 e suspenso durante sua passagem pelo governo
A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reconheceu oficialmente a ex-presidente Dilma Rousseff como anistiada política, em decorrência das torturas sofridas durante o regime militar brasileiro. O reconhecimento foi divulgado nesta quarta-feira (22) e marca mais um capítulo no processo de reparação a vítimas da ditadura (1964–1985).
Dilma foi presa aos 22 anos, em 1970, por sua atuação em organizações de resistência ao regime autoritário. Durante o período de cárcere, ela foi submetida a sessões de tortura e teve seus estudos interrompidos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O pedido de anistia havia sido protocolado por Dilma em 2002, mas foi suspenso a seu próprio pedido quando passou a ocupar cargos no governo federal como ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e, posteriormente, presidente da República entre 2011 e 2016.
Na época da solicitação, o valor do ressarcimento mensal pleiteado era de R$ 10,7 mil. A decisão da comissão ocorre no momento em que Dilma ocupa o cargo de presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do Brics.
A Comissão da Anistia é responsável por analisar casos de perseguição política ocorridos durante a ditadura, com o objetivo de reconhecer e reparar violações de direitos cometidas pelo Estado brasileiro.