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Chegou o dia de celebrarmos a democracia

Parecia que não iria chegar nunca. Mas, finalmente, estamos no dia 30 de outubro. É a data de celebrarmos a democracia e a vontade da maioria. De defendermos as nossas ideias para o futuro do país. E, sim, de nos manifestarmos contra um projeto de nação com o qual não concordamos.

Foi uma jornada difícil, sacudida por fake news e insultos. De brigas incontornáveis e rompimentos familiares. De tragédias violentas, perpetradas por pessoas que não conseguiram se controlar. Da perda inexorável da tolerância. Da constante falta de diálogo. Das teorias conspiratórias. Dos especialistas de última hora, que discorreram sobre quase tudo nas redes sociais e grupos de mensagens.

Para muitos, foram meses de sofrimento. Os órfãos da chamada Terceira Via padeceram ao ver dois postulantes que nada tinham a ver com suas visões de mundo. E afligiram-se ao ter de fazer uma escolha entre dois nomes para eles indesejáveis. Mas, como dizia o economista John Kenneth Galbraith, “a política é a arte de escolher entre o desastroso e o intragável”.

Muitos desses descontentes pensam em não sufragar nenhum dos dois nomes à disposição na urna eletrônica. Ambos os candidatos, na visão desses insatisfeitos, deixam a desejar. Mas, mesmo assim, é melhor escolher aquele que pode ser considerado o mal menor do que não escolher ninguém. “As nossas vidas começam a terminar no dia em que nos silenciamos sobre as coisas que importam”, afirmava Martin Luther King Jr. E entre as coisas que verdadeiramente importam estão, obviamente, as eleições.

Nos anos 1970, Pelé disse que o povo brasileiro não sabia votar. Essa frase gerou muita polêmica, pois foi dita durante o regime militar, que suprimira as eleições diretas para presidente. Quando olhamos para o nosso retrospecto eleitoral, é possível ver que já escolhemos todos os tipos de presidente e fica a dúvida: o brasileiro sabe votar? Talvez essa seja uma habilidade que vem apenas com a experiência. Mas o despreparo e a falta de educação também podem interferir na hora de escolher. Por isso, não importa quem vença hoje: terá de investir sabiamente em educação. Para o futuro do nosso país.

Nesta campanha, vivemos alguns momentos de tensão. O fenômeno das fake news é ainda novo e não sabemos direito como lidar com essa torrente de notícias falsas que é despejada diariamente nas redes. Dessa forma, o Superior Tribunal Eleitoral, em determinados momentos, agiu como uma espécie de curador-mor de conteúdo da sociedade e exagerou, agindo como uma espécie de censor. Precisamos evoluir muito neste terreno se quisermos ser uma democracia de verdade.  

Muitos pensadores falaram muito sobre a necessidade que uma sociedade tem de se expressar livremente. Mas talvez quem tenha sintetizado melhor esse tema tenha sido o economista Ludwig Von Mises, décadas atrás – antes mesmo da invenção da internet. “O primeiro requisito para uma ordem social melhor é o retorno à liberdade irrestrita de pensamento e de expressão”, disse ele, um dos fundadores da Escola Austríaca de Pensamento Econômico.

Vamos ver se, na próxima campanha, conseguiremos uma fórmula que se aproxime do consenso para conter as fake news. Neste domingo, no entanto, é hora de votar, torcer para o seu candidato e respeitar o resultado, seja qual for.

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